Uma colecção com cerca de mil presépios

Ex-deputada Ana Manso conserva preciosidades na Guarda

Ana Manso, ex-deputada do PSD na Assembleia da República e ex-vereadora na Câmara Municipal da Guarda, tem em casa uma colecção de cerca de mil presépios, que estão dispersos por várias divisões e por quatro vitrinas.

Os presépios são feitos de diversos materiais, desde barro, madeira, ferro forjado, cortiça e cristal.

Da sua colecção fazem, também, parte peças únicas feitas a partir de papel de um chocolate Ferrero Rocher, de uma carteira de fósforos ou de uma pilha.

“Tenho cerca de mil, mas para mim ainda são poucos”, disse Ana Manso ao Jornal A Guarda, recordando que começou a ganhar o gosto pelos presépios “há vários anos atrás, com uma visita ao saudoso José Franco, em que ele punha muito da sua arte, mas também muito do seu amor e carinho nas imagens que fazia”.

Referiu que o primeiro presépio que levou para casa “foi feito pelo José Franco” e é, ainda hoje, o presépio de “eleição”. Ainda assim, disse que “é muito difícil” apontar preferências “porque gosto de todos”. “Eu acho que todo o presépio tem uma fase de namoro, uma fase de sedução, e de comunicação também. Eu comunico com todos os presépios. Referencio a origem, a história de cada um, mas falo com eles muitas vezes. É a comunicação que tenho com cada um dos presépios que faz desta colecção uma colecção única”, afirmou.

A administradora hospitalar de profissão também disse que ganhou o gosto por presépios, por considerar que eles representam “um conjunto de valores que nós respeitamos e valorizamos muito no seio da nossa família”. “Desde os anos 80 que nos temos dedicado a juntar presépios, a juntar formas bonitas de dizer a mesma coisa, de transmitir a mesma mensagem, a mensagem de afecto. O presépio tem lá tudo isso: a amizade, o amor e a solidariedade”, acrescentou.

Da sua vasta colecção fazem parte presépios “de todo o mundo”, desde a Patagónia à Rússia, a Jerusalém ou Cuba. “Tenho um pouco de todo o mundo, porque tenho muitos que foram trazidos por amigos que sabem desta nossa vontade e nos presenteiam sempre com uma lembrança dos países onde eles vão”.

Por outro lado, referiu que quando viaja, “o registo” da viagem “passa sempre por ser um presépio”.

“Desde miniaturas, presépios simples, feitos com matéria reciclável, com desperdícios, feitos por crianças, até matérias mais nobres e refinadas, desde tecido, a barro, a madeira, temos de tudo. A colecção que temos atravessa todos os materiais possíveis e imaginários, porque tem muito a ver com a imaginação das crianças, dos adultos e dos artesãos”, disse.

Ana Manso assegurou ao Jornal “A Guarda” que a colecção “é para continuar” referindo que a peça mais cara lhe custou cerca de 3500 euros.

Marido constrói presépio gigante

Francisco Manso, marido de Ana Manso, para além de ter incentivado a mulher na colecção de presépios em miniatura e de lhe comprar algumas peças, dedica-se anualmente à construção de um presépio de grandes dimensões, composto por centenas de figuras.

Contou ao Jornal A Guarda que tudo começou porque “desde cedo, em casa dos meus pais, fazia o presépio” e “na altura era com a maior simplicidade”. Os anos passaram mas para Francisco Manso “os valores e os princípios eram indiscutivelmente os mesmos”. Contou que o presépio lá em casa começou “primeiro com os santinhos, depois algumas imagens e foi-se enriquecendo em cada ano que passa, mas sempre com o mesmo amor, sempre com o mesmo entusiasmo como uma criança, evidentemente sempre a aumentar e a engrandecer um pouco”.

O presépio cresceu de tal forma que o deste ano lhe levou “cerca 15 dias a fazer e ainda tive uma ajuda de um amigo, porque é suportado por uma base de ferro”.

Francisco Manso referiu que durante a montagem do presépio “foram cerca de 15 dias de prazer” e quando ocorrer a sua desmontagem “vão ser dois dias de desconforto”.

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