A preocupação face à sinistralidade rodoviária está presente na mensagem de Natal de D. António dos Santos, Bispo da Guarda que considera ser necessário envolver entidades e os cidadãos para alterar a situação das mortes nas estradas. No documento, o prelado egitaniense chama a atenção para a “alarmante tragédia dos acidentes nas estradas e para a missão que a todos incumbe de mudar a situação de tão sinistro cortejo de mortos e feridos e outros graves prejuízos”. Para alterar este flagelo, o bispo da Guarda pede um maior empenho aos “poderes públicos, as autoridades de trânsito, os responsáveis por eventuais erros no traçado e construção das vias, sua sinalização e outros meios de apoio e ainda os mentores de vária ordem, designadamente a família, a escola, a igreja, a começar pela catequese de infância, formação de jovens e adultos, e, particularmente, os meios de comunicação social”. D. António dos Santos considera imprescindível que condutores “tenham e vivam o sentido da dignidade, do respeito pela vida própria e pela vida alheia”, citando, a este propósito, o beato papa João XXIII, que, dirigindo-se aos profissionais do volante, afirmou: “pratiquem sempre as virtudes próprias do condutor – prudência, justiça, humildade e caridade”. A mensagem do Bispo da Guarda, baseada no amor ao próximo e na solidariedade, observa que “na época de Jesus, havia, como hoje, muitas coisas que prometiam a felicidade e tinham o rótulo de amor”. “Não eram, contudo, verdadeiro amor, nem podiam trazer a felicidade. Ao povo oprimido pelo sofrimento, Cristo oferece tempos novos, o seu poder não se baseia em abrir os exércitos, nem no vigor dos sistemas filosóficos ou de influências sociais, a sua força é o amor que se nos revela com o exemplo e com a palavra” – afirma. Na mensagem, o prelado diz ainda que “hoje, perante uma civilização insatisfeita e sofredora, apesar das maravilhosas descobertas científicas e técnicas, devemos também interrogar-nos: mas afinal, do que precisamos, afinal o que é que nos falta”.