D. Sviatoslav Shevchuk escreve carta sobre a guerra no país em que aponta o dedo à Rússia
Lisboa, 26 ago 2014 (Ecclesia) – O arcebispo greco-católico de Kiev, D. Sviatoslav Shevchuk, escreveu uma carta às conferências episcopais católicas, responsáveis religiosos e líderes políticos para pedir o fim da “guerra” na Ucrânia e da interferência russa no país.
“Centenas de milhares de pessoas foram forçadas a fugir da guerra que foi trazida para o coração das nossas cidades pelos autoproclamados separatistas”, alerta.
Este responsável sublinha que nos últimos nove meses os ucranianos têm procurado construir uma “sociedade justa e democrática”, virada para a Europa, superando o “regime brutal de Viktor Yanukovich”.
“Esta vitória moral teve resposta por parte da Rússia, em março, com a anexação da Crimeia. Agora, o país suporta há meses atividades de destabilização, separatismo e terrorismo apoiadas desde o estrangeiro”, escreve.
O arcebispo recorda o ataque contra o voo MH17 da Malaysia Airlines, a 17 de julho, para afirmar que a crise ucraniana “afeta a comunidade global”.
D. Sviatoslav Shevchuk diz que as várias comunidades religiosas da Ucrânia estiveram na Praça Maidan, ao lado das populações, “suportando juntos a violência contra o regime de Yanukovich” e que agora são discriminadas na Crimeia e nas “zonas de guerra” do leste do país.
O primaz da Igreja greco-católica na Ucrânia fala em violência contra membros das minorias religiosas e os seus locais de culto
“A tragédia que se vive hoje na Ucrânia, devido à agressão militar, é uma tragédia para todas as pessoas, crentes de todas as fés e de todos os grupos sociais”, sustenta, numa carta divulgada pelo Vaticano.
D. Sviatoslav Shevchuk pede as orações dos cristãos pelo país e o “discernimento” na comunicação social em relação às notícias que publica, sublinhando que “o silêncio e a falta de ação vão provocar uma tragédia maior”.
OC