Trabalho: «Algumas desculpas escondem um preconceito», alerta Serviço Jesuíta aos Refugiados

Organização pretende sensibilizar «entidades empregadoras e a sociedade civil», com nova campanha

Lisboa, 11 out 2023 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta aos Refugiados Portugal (JRS – Jesuit Refugee Service), organização internacional da Igreja Católica, está a dinamizar uma campanha para promover empregabilidade de pessoas migrantes e refugiadas, a partir do lema ‘Algumas desculpas escondem um preconceito’.

Sob o mote “Algumas desculpas escondem um preconceito” pretende desconstruir-se os mitos mais comuns associados à contratação de pessoas imigrantes e refugiadas, lembrando que o respeito e a dignidade dos processos de contratação dependem muito das entidades empregadoras”, explica o JRS Portugal, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O Gabinete de Emprego da organização católica, a partir da sua experiência, assinala que “são muitas as barreiras” que as pessoas imigrantes e refugiadas enfrentam junto das entidades empregadoras “nos momentos de procura de emprego e contratação”, e destaca as questões como a nacionalidade, a língua, a cultura, os impedimentos documentais, o desconhecimento da legislação ou a falta de reconhecimento do currículo e das qualificações.

O diretor-Geral do Serviço Jesuíta aos Refugiados Portugal, André Costa Jorge, afirma que uma oportunidade de “emprego” digno representa o início de uma “nova fase na vida” de muitas pessoas imigrantes e refugiadas, e permite, também, “alavancar uma série de dimensões do processo de integração”, como o acesso a habitação, o apoio à família no país de origem.

“Contratar pessoas imigrantes ou refugiadas não é um gesto de caridade ou boa ação, e é precisamente isso que queremos transmitir com esta campanha. É uma situação em que todas as partes ganham, ou win-win-win: beneficia o empregador, a pessoa estrangeira contratada mas, também, os portugueses”, desenvolveu.

Em 2022, o JRS Portugal conseguiu “770 ofertas de emprego digno” para as pessoas imigrantes e refugiadas que acolhe e acompanha diariamente, mas realça que o “sucesso” na integração no mercado de trabalho “depende sempre das entidades empregadoras”.

A organização católica oferece vários serviços de acompanhamento de pessoas imigrantes e refugiadas para apoiar o seu processo de integração: Apoio à empregabilidade, apoio social e jurídico, formação profissional e aprendizagem da língua portuguesa, entre outros.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (Jesuit Refugee Service) é uma organização internacional da Igreja Católica, fundada em 1980, sob responsabilidade da Companhia de Jesus, está presente em 56 países e tem como missão ‘acompanhar, servir e defender’.

Em Portugal desde 1992, o JRS tem sede em Lisboa e presta serviços também no Seixal e no Porto, nas áreas de apoio socio-legal, saúde mental e física, procura de habitação, capacitação profissional, ensino da língua, interpretação; desde 2018, é a entidade que coordena a rede PAR (Plataforma de Apoio aos Refugiados).

CB/OC

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