Tomar em Festa com os Tabuleiros

Tomar já está engalanada e a celebrar a centenária Festa dos Tabuleiros, cujo ponto alto decorre amanhã: mais de 600 pares participam no Cortejo dos Tabuleiros e durante três horas irão percorrer várias ruas da cidade. Como acontece a cada quatro anos, a cidade ganha nova cor e nova vida, em dias de festa que atraem milhares visitantes, com ruas e lojas ornamentadas com flores de papel, feitas à mão. Centenas de pessoas despendem milhares de horas de trabalho durante mais de seis meses, a confeccionar milhares de flores de papel com que vão ornamentar as suas ruas. A ornamentação é da sua autoria e responsabilidade e o segredo é sempre mantido até à sexta-feira à noite em que se dá a abertura oficial das ruas populares. Uma das especialistas desta arte, a Dona Alvira, confessa ao Programa ECCLESIA que as flores já a ocupam desde Janeiro. O trabalho tem segredos, mas vive de muita experiência e dedicação. Fernando Costa também não foge à tradição e ajuda a enfeitar os cestos que vão entrar no cortejo de Domingo. Pelas ruas, as raparigas treinam e são visíveis as tradições pagãs que se misturaram com as religiosas. Segundo os investigadores a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres. A sua cristianização pode dever-se à Rainha Santa Isabel que lançou as bases do que seria a Congregação do Espírito Santo, movimento de solidariedade cristã que em muitos lugares do reino absorveu as primitivas festas pagãs. A Festa dos Tabuleiros ou Festa do Divino Espírito Santo é uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal. A principal característica da Festa é o desfile ou procissão, com um número variável de tabuleiros, em que estão representadas as dezasseis freguesias do concelho. João Vital, Mordomo da Festa, admite que se vivem dias “muito trabalhosos”, envolvendo todo o Concelho. A Festa é do Tabuleiro que deve ter a altura da rapariga que o leva à cabeça, sendo constituído por trinta pães enfiados em cinco ou seis canas que partem de um cesto de vime ou verga e é rematado ao alto por uma coroa encimada pela Pomba do Espírito Santo ou pela Cruz de Cristo. Os bodos do Espírito Santo, (refeição sagrada), instituídos pela Rainha Santa Isabel que em Tomar, com a passagem dos anos se passaram a designar Pêza e é o último acto de cada Festa dos Tabuleiros. Acontece no dia a seguir ao Cortejo dos Tabuleiros (segunda-feira) e seguindo a tradição (porque os Dons de Deus – frutos da terra e dos rebanhos – carne, pão e vinho – são para todos), numa forma de agradecimento a Deus, consta da partilha do pão, da carne e do vinho agora só com os mais pequenos, os mais necessitados. A festa tem uma página oficial, em www.tabuleiros.org

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