Testemunhos da beleza de uma Igreja jovem

Em Amarante, finalistas do 12º ano despedem-se em festa “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” Esta foi a palavra de ordem, que marcou a celebração de finalistas do 12º ano, no passado sábado, em Amarante: de manhã, no Colégio de São Gonçalo; depois, mais ao fim da tarde, na Igreja de São Gonçalo, com os finalistas da Escola Secundária de Amarante. No Colégio de São Gonçalo, perto de mil pessoas, entre pais, avós, professores, amigos e universitários, ex-alunos do Colégio, encheram e preencheram o Ginásio, transformado num belo espaço celebrativo de bênção e acção de graças, pelos dons da ciência e da sabedoria, da fé e da razão, do conhecimento e do crescimento integral. Monsenhor Clemente, Director do Colégio, presidiu à Eucaristia, tendo de um lado, como concelebrante, o Director-Adjunto, P. Amaro Gonçalo e de outro, um ex-aluno do Colégio, Renato, de origem amarantina e candidato à ordem do diaconado, para o serviço na Diocese do Porto. Na homilia, Monsenhor Clemente exortou os jovens a aproveitarem e a cultivarem a vida, com generosidade e alegria e com elevado sentido de responsabilidade. Visível, no tom e no conteúdo da homilia, um conhecimento, feito de proximidade e amizade, de emoção e de dedicação aos seus alunos, que têm o Colégio como a sua «segunda casa» e no seu Director, uma referência de exigência e dedicação. Uma bênção de Deus Quer na palavra de saudação inicial, quer na palavra final, os alunos reconheceram nos anos vividos no Colégio, uma especial bênção de Deus. A Bênção das insígnias foi introduzida por uma chamada evangélica: «Jovem, eu te ordeno, levanta-te». E a cada curso, era feito um apelo muito particular. A água benta, sobre os finalistas, foi acolhida, como verdadeira «chuva de bênçãos». No Rito da Paz, os sentimentos de perdão e de gratidão, de alegria e até já de saudade, foram expressos num abraço de ternura dos alunos, aos seus pais, directores e professores. A celebração incluiu antes da despedida, uma especial invocação e consagração a Maria, “Sede da Sabedoria”, com a oferta de uma rosa branca, que depois foi retomada pelos alunos, para ser oferecida à mãe de cada um deles. Na intervenção final, Mário Coutinho, Delegado da Disciplina de Educação Moral, quis significar aos presentes e, de modo especial, aos alunos do 12º ano, que ele acompanha e orienta vocacionalmente, uma palavra de regozijo e de alegria, convocando-os a voltar àquele lugar, na condição de universitários. No final, fez-se a distribuição do livro de Curso. Na procissão de entrada e de saída, foram os ex-alunos, agora universitários do Colégio, a estender as capas e a darem, no fim, uns sonoros «eferriás» ao Colégio, que está a celebrar as suas bodas de diamante. À saída, a expressão de uma mãe, parecia dizer tudo: «Obrigado, por nossos proporcionarem momentos assim tão belos». Jovens da Escola Secundária de Amarante «levantam-se» pela cultura da Vida Na Igreja de São Gonçalo, literalmente repleta, foram acolhidos os alunos finalistas da Escola Secundária de Amarante. Cuidadosamente preparados pelo professor de EMRC, Jorge Morgado, os alunos deram, na dignidade do porte e das vestes, no respeito pelo sagrado e no profundo silêncio, com que acolhiam a Palavra de Deus, um impressionante testemunho de participação litúrgica. Quer na resposta ordenadíssima à chamada por cursos, quer no agitar multicolor das faixas, quer no abraço aos professores, no rito da Paz, quer nas disposições para a comunhão, os alunos souberam exprimir uma contida vibração e uma sóbria alegria. Seguindo o esquema litúrgico da celebração do Colégio, estes jovens, alunos de uma Escola Pública, quiseram também eles integrar no programa da sua Festa, a celebração eucarística. Na Homilia, o P. Amaro Gonçalo lembrou que “foram precisamente os jovens, que, em muitas épocas da história, estiveram na linha da frente da contestação de um mundo velho e na (r)evolução, para dar à luz um mundo novo”. Retomando a palavra de ordem do evangelho, disse aos jovens que “Jesus vem hoje pedir a cada um de vós uma coisa muito simples. Ele diz a cada um: «Levanta-te»! Irrompe do meio da multidão e interrompe o cortejo trágico da morte! «Levanta-te»! Insurge-te contra aquela aparência de vida, que te querem oferecer, nos excessos de bebida, nas diversões irresponsáveis, na violência tomada por espectáculo, no uso e abuso do corpo, como mercadoria… pois tudo isso, é uma perversão da verdadeira alegria”. Mas o apelo do Pároco foi muito escutado, quando ele se dirigia aos finalistas nestes termos: “Jesus desafia-vos, caros jovens, a uma espécie de «levantamento popular» contra esta cultura da morte. Uma «anticultura» que se manifesta, por exemplo, na droga, na fuga do real para o ilusório e para uma felicidade falsa. A esta promessa de aparente felicidade, a esta vida aparente, que na realidade é apenas instrumento de morte, levantai-vos, para dizer “não”, levantai-vos, para cultivar a cultura da vida”! Espírito de colaboração Perante um «presbitério» em que os professores ocupavam o lugar dos «acólitos», já nos ritos finais da celebração, o Padre Amaro Gonçalo, Pároco da área geográfica onde se situa a Escola, enalteceu o espírito de abertura da Direcção Executiva da Escola Secundária, ao aceitar e ao colaborar nesta iniciativa de âmbito religioso. Disse o Pároco, que isso constitui “um sinal de grande abertura de espírito, por parte de uma Escola, que não se deixou afectar ideologicamente, nem se deixou infectar, por aquele vírus de laicismo, que tende a relegar para os subúrbios da cultura a dimensão religiosa da pessoa humana. Isso constitui uma lição de grandeza, até para outras instituições locais, que, não por falta de fé, mas mais por falta de cultura e de abertura, ignoram e impedem, nas suas actividades, quaisquer expressões da dimensão religiosa da pessoa humana».

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