D. Manuel Clemente prossegue em Amarante «roteiro do conhecimento»

Na manhã da sexta-feira seguinte ao Corpo de Deus, chegou a vez de Amarante receber o seu Bispo. D. Manuel Clemente chegou ao Centro Pastoral, para um encontro com os 16 presbíteros das duas Vigararias de Amarante. Pelo que soubemos, era a décima nona visita do Bispo e, na tarde do mesmo dia, iria ainda a Baião, com a mesma finalidade. A visita confirmou, na forma, no estilo e no conteúdo, as expectativas criadas pela pessoa e pelo programa pastoral do novo Bispo: “Conhecer, amar e servir a Diocese do Porto”. Sem pompa, nem circunstância, num trato afável e próximo, D. Manuel senta-se num banco do Bar, para conversar com os sacerdotes, a começar pelo mais doente. Ouvir os padres, um a um Na sala de reuniões, o esquema é simples: ouvir os padres, um por um, por ordem alfabética, falar de si e da sua realidade pastoral. E, em pouco mais de hora e meia, foi possível situar, cada uma das paróquias, no seu contexto geográfico, social, cultural e religioso. Tarefa facilitada aos párocos, por um prévio inquérito sobre as dificuldades e desafios pastorais sentidos por cada um, a que se acrescentava uma breve estatística, da população e da prática sacramental e catequética. Conhecer Amarante Deste modo, o Bispo tomou conhecimento da realidade pessoal de cada padre, bem como do terreno pastoral, num concelho com 40 freguesias que se estendem por uma área de 301,5 quilómetros quadrados, a que correspondem: 18 ao longo da margem direita do rio Tâmega e 22 da margem esquerda, ocupando uma posição de destaque na região do Douro-Tâmega. Não coincidem, no concelho, com as respectivas Vigararias, algumas freguesias: Na margem esquerda, Carvalho de Rei e Carneiro estão ligadas à Vigararia de Baião e, na margem direita, Ataíde, Real, Oliveira e Vila Caiz pertencem à Vigararia da Livração. O concelho de Amarante tinha, em 2001, uma população de 59 638 habitantes, mais populoso, na margem direita (Amarante I), que na margem esquerda (Amarante II). Das suas 40 freguesias, 9 delas (todas na margem direita) têm mais de 2.000 habitantes: S. Gonçalo, Figueiró (S.Tiago), Fregim, Freixo de Cima, Telões, Mancelos, Travanca, Real e Vila Caiz. Mas há 20 freguesias, com menos de 1.000 habitantes. As freguesias de Canadelo, Carvalho de Rei e Chapa, contam com menos de 300 habitantes. Nos últimos tempos, cresceram muito as freguesias de Madalena e Oliveira (da Vigararia de Livração). Amarante (São Gonçalo), sede do concelho, é, sem dúvida, a mais povoada e densificada. Madalena, Figueiró e Freixo de Cima, são igualmente muito densificadas, do ponto de vista demográfico. As menos densificadas são Canadelo, Rebordelo e Carvalho de Rei (esta ligada à Vigararia de Baião). Amarante regista um duplo envelhecimento: quer pelo decréscimo do peso percentual das faixas etárias mais jovens, quer pelo aumento dos escalões etários mais elevados. O índice de envelhecimento em Amarante é de 78,3 % (superior ao da Região Tâmega, próximo da Região Norte, inferior à média Nacional) Ler os sinais Na leitura feita por cada pároco, foi muito realçado o novo surto de emigração, sobretudo para Espanha, com as consequências de desestabilização da vida familiar e para a pastoral. Dom Manuel Clemente foi perguntando, num esforço de conhecer e de ler os «sinais» que a realidade emergente apresenta, como apelos à prática pastoral. Nas palavras finais do encontro, o Bispo falou da realidade presente, pese embora as especificidades locais: um mundo velho que acaba e um mundo novo que começa. Nesta fase, persistem «coisas velhas», que não podem ser descuradas e emergem «coisas novas» que não se compadecem com fórmulas pastorais do passado. A situação de acelerada urbanização, a expansão de uma economia global, de uma industrialização horizontal, cria uma realidade inteiramente nova, com grandes desafios à evangelização, mas que a Igreja já enfrentou, com sabedoria noutras épocas da sua história. O Bispo lembrou que “esta transição exige uma gestão complexa, e por isso a «pastoral» há-de tornar-se cada vez mais uma «arte» e não uma «técnica». É preciso aproveitar, com sabedoria, algo do que sobra, para criar uma base, para o futuro!”, disse. Diaconado Permanente, um ministério necessário Na sua partilha, O Bispo da Diocese foi sensibilizando os Padres para a necessidade de implementar, com maior expressividade, na Diocese, o diaconado permanente, sendo que este ministério não é para transformar leigos em «sacristães de primeira» ou em «padres de segunda». De certo modo, eles deverão ser propostos pelos Párocos “entre aqueles em quem a comunidade já reconhece o carisma do serviço e da disponibilidade para a comunidade”. Insistiu ainda, com os padres, na necessidade de se reservarem para «oração e para a Palavra de Deus», apostando no acompanhamento espiritual dos fiéis e na formação dos agentes pastorais. Uma Carta, para o próximo ano Pastoral Foi visível o esforço do Bispo por anotar os dados, testemunhos e reflexões, que os seus padres, com ele, e entre si, partilhavam. Daí, disse Dom Manuel, esperar colher pistas de reflexão a submeter aos Conselhos Pastoral e Presbiteral, até chegar à redacção de uma possível Carta Pastoral, lá para os inícios do novo ano. O encontro serviu ainda para o Bispo conhecer o Centro Pastoral de Amarante e as suas virtualidades, como casa de formação e de congregação de actividades pastorais para as duas Vigararias e até para a Região de Sobretâmega. O encontro terminou com o almoço na residência do Padre Custódio Rocha, onde se encontrava também, para Visita Pastoral a Freixo de Baixo, o Bispo Auxiliar D. António Taipa. Aqui fica o registo de uma visita, que augura novo alento e novo enlevo pastoral. O Bispo do Porto prossegue aquilo a que chamaria, o seu «roteiro do conhecimento», pela via do diálogo e da proximidade. Nós já o sentimos assim a amar e a servir a Diocese do Porto. Conte connosco, D. Manuel. Contamos sempre consigo. (A.G.)

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