Terra Santa à espera de peregrinos

Discriminação e pobreza marcam a vida das comunidades cristãs locais O grupo de coordenação das Conferências Episcopais da Europa e dos EUA para o apoio à Terra Santa lançou um apelo aos católicos de todo o mundo, pedindo o regresso dos peregrinos aos locais em que nasceu o Cristianismo. “Em comunhão com os bispos da Terra Santa, fazemos um apelo aos católicos, para que rezem pela paz, venham em peregrinação e empreendam outras actividades para apoiar a Igreja Mãe”, assinala o grupo, no final de uma visita de oito dias a Israel e à Palestina. No comunicado ontem divulgado, pede-se ainda “a coragem e a orientação necessárias para romper o medo e o desespero nesta Terra Santa”. Os 18 bispos deram continuidade a um trabalho começado em Jerusalém, no ano de 1998, a pedido da Santa Sé. Foi a sétima viagem à Terra Santa “para caminhar em solidariedade com a Igreja local e os seus bispos, bem como para apoiar a busca de uma paz justa”. Gaza, Galileia e Jerusalém foram alguns dos locais visitados ao longo destes dias, para encontros com autoridades políticas e religiosas dos mais diversos quadrantes. Os bispos da Europa e dos EUA assinalam, em particular, o encontro com o ministro do Turismo de Israel, Isaac Herzog, no qual se debateu “a forma de animar e melhorar as peregrinações e visitas”. “Repetidamente fomos lembrados de que os peregrinos que vêm a esta terra podem encontrar-se com comunidades cristãs vivas, além de visitar os lugares santos”, assinala o documento conclusivo. Num encontro com vice-primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, o grupo manifestou a sua “compreensão pelos grandes desafios sobre a segurança que Israel tem de enfrentar”, discutindo, neste contexto, a proposta de reduzir o número de postos de controlo ou pontos fronteiriços. “Faltam gestos profundos para romper o ciclo do medo israelita e do ódio palestiniano que dominam a situação actual”, lamentam os prelados. Outra reunião, com o presidente Abbas, da Autoridade Nacional Palestiniana, serviu para falar “dos sofrimentos e das privações que os palestinianos experimentam diariamente”. “A rejeição da violência e o reconhecimento do Estado de Israel por todos os elementos da sociedade palestiniana servirão para edificar a confiança da comunidade internacional”, assinalam os bispos católicos, frisando que “o futuro das pessoas da Terra Santa depende de uma paz justa e duradoura”. “O estabelecimento de um Estado palestiniano viável, com o qual termine a ocupação, requer terras contíguas e supõe que se questione o Muro de Segurança, bem como a expansão e o estabelecimento de colonatos na Cisjordânia”, pode ler-se ainda. No espaço de 40 anos, a percentagem de cristãos na Terra Santa baixou de 20% para pouco mais de 2%. Actualmente, existem pouco mais de 150 mil cristãos, que têm de enfrentar quotidianamente discriminações relacionadas com a religião, com o seu estatuto social e com a origem étnica, sendo uma maioria de árabes palestinianos.

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