Terça-feira Santa: Anúncio da traição de Judas e negação de Pedro marca celebrações litúrgicas

Frei Filipe Rodrigues assinala que Deus «está sempre pronto a perdoar e recomeçar uma história de amor»

Lisboa, 07 abr 2020 (Ecclesia) – O religioso dominicano Filipe Rodrigues explica que a Terça-feira Santa apresenta, nas celebrações litúrgicas, uma “atitude muito triste” a traição de Judas, anunciada por Jesus Cristo juntamente com a negação de Pedro.

“Faz parte da nossa humanidade, um amigo que nos trai, aquela pessoa em quem nos confiava, uma pessoa que nos desanima, entramos já nestas trevas, nesta noite Jesus também anuncia embora depois saibamos que haverá o perdão para tudo”, assinala o sacerdote da Ordem do Pregadores, que ao longo desta Semana Santa apresenta os diversos momentos da liturgia, no programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública.

Frei Filipe Rodrigues destaca que a liturgia desta Terça-feira Santa diz também que “não há casos perdidos”.

Neste contexto, refere que Judas se enforca porque “não acreditou na misericórdia de Jesus”, enquanto o apóstolo Pedro “depois da Páscoa, irá dizer que o ama também três vezes”.

“É este o nosso Deus, um Deus de recomeços, que está sempre pronto a perdoar e recomeçar uma história de amor e de vida connosco”, afirmou o religioso.

Todos temos de ser luz para os outros e é a beleza que podemos tirar destes tempos difíceis são as nossas não-traições quando ajudamos o outro, quando nos preocupamos com o outro, quando vamos ao encontro do outro e tem havido tantos gestos bonitos de não traição. É aqui que somos luz das nações”.

Segundo Frei Filipe Rodrigues este tempo de confinação “presta-se muito” a que se escreva, livros de profecias por exemplo, porque “as profecias são sempre palavras de esperança”, e é isso que o mundo e Portugal precisam nesta Semana Santa de 2020, “palavras de esperança”, embora “algumas pessoas” consideram que profecias “são desgraças”.

Neste contexto, destaca o serviço da chamada “linha da frente” na atual pandemia do novo coronavírus, que “tem muitos quilómetros e quilómetros”, desde os que “cuidam diretamente destes doentes de Covid-19”, como também os que “garantem a alimentação”, quem “com esforço, com preocupação” trata das pessoas sem-abrigo, das pessoas carenciadas, “das pessoas de mais idade do seu prédio”.

Frei Filipe Rodrigues alerta para a “tendência muito negativista, muito pessimista” de, às vezes, só se ver os números dos mortos e o número dos contagiados quando também se devia “ter este olhar de esperança”.

“Sobre a nossa vida, sobre o nosso prédio, sobre as nossas comunidades, para vermos flores de Páscoa a nascer através dos nossos pequenos gestos”, exemplificou.

LS/CB/OC

Na Missa desta terça-feira, a que presidiu na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Papa comentou a traição de Judas e a negação de Pedro, convidando a pedir a graça de perseverar no serviço, apesar das quedas.

“O que importa é a atitude diante de Deus que me elegeu, que me ungiu como servo; é a atitude de um pecador que é capaz de pedir perdão, como Pedro”, precisou.

“Pelo contrário, quando o servo não é capaz de entender que caiu, quando a paixão o arrebata de tal modo que o leva à idolatria, abre o coração a satanás, entra na noite: foi o que aconteceu com Judas”, disse ainda.

 

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