Solidariedade: Fundação Fé e Cooperação desafiou dioceses a apoiar projeto na Guiné-Bissau

Renúncia quaresmal de seis dioceses ajuda Centros de Recuperação Nutricional

Lisboa, 06 fev 2015 (Ecclesia) – A Fundação Fé e Cooperação desafiou as dioceses portuguesas a apoiar um projeto da Igreja na Guiné-Bissau com a renúncia quaresmal, “numa lógica missionária”.

“Seis dioceses estão confirmadas – Bragança-Miranda, Guarda, Lamego, Viseu, Setúbal e Algarve – mas ainda pode haver alguma de última hora”, explicou a diretora executiva da Fundação Fé e Cooperação (FEC).

À Agência ECCLESIA, Susana Réfega revela que sugeriram que a Quaresma fosse uma “oportunidade de dar a conhecer a FEC” nas dioceses, porque ainda é “pouco conhecida junto das paróquias, dos fiéis” e que a renúncia fosse “atribuída aos Centros de Recuperação Nutricional” (CRN) na Guiné-Bissau.

Os 25 CRN são um projeto da Cáritas guineense com âmbito nacional que acolhem mais de 60 mil crianças, dez mil famílias e 320 comunidades por ano, “chegam a zonas isoladas e rurais”, e precisam do reforço de “equipamentos, infraestruturas” e “formação”.

A responsável destacou que, em termos de Igreja, os centros envolvem muitas congregações religiosas que os gerem autonomamente num país onde as “necessidades” continuam a ser grandes, “as crianças guineenses continuam a ter muitas carências nutricionais” e precisam de “um acompanhamento de saúde” que estas infraestruturas oferecem.

Susana Réfega acrescentou que a organização não-governamental ligada à Conferência Episcopal Portuguesa já apoia estes centros através de formação aos diretores, enfermeiros num total de 75 pessoas.

“Apoiamos com o melhor que é a capacidade de dar formação com os nossos técnicos no terreno”, observou.

A diretora executiva da FEC revelou que escolheram a Guiné-Bissau porque é “talvez” o país “mais frágil” onde estão presentes e pelo “sinal de esperança” que se vive fruto de um “Governo democraticamente eleito”.

“Importa dar força e reforçar o país que está a fazer um esforço para entrar numa normalidade, achamos que era oportuno contribuir para isso num momento de esperança”, desenvolveu a entrevistada.

Nas dioceses portuguesas é habitual as renúncias serem canalizadas para apoiar projetos da Igreja noutros países lusófonos, uma característica “solidária” que a interlocutora assinala, apesar da “falta de coordenação”.

“A Igreja portuguesa preocupa-se com questões sociais, mas muitas vezes de uma forma desarticulada, que é onde estamos a falhar. Há ajudas mas são pontuais para projetos diversificados e às vezes têm pouco impacto no terreno e depois pouco feedback”, analisa.

A FEC optou por celebrar e assinalar os seus 25 anos ao longo de 2015 com o lema escolheram ‘25 anos pela dignidade humana’.

“Há muitas palavras que falam de nós mas o grande valor é da dignidade de cada pessoa que toca em tudo o que fazemos – educação, saúde, capacitação, formação”, disse Susana Réfega.

CB/OC

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