Solidariedade: Estudantes de Olhão ofereceram material escolar para São Tomé e Príncipe

63 mochilas para estudantes da Escola Mãe Clara

Foto Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Olhão, 11 abr 2019 (Ecclesia) – Os alunos do 5.º ao 9.º ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira, em Olhão, no território da Diocese do Algarve, ofereceram 63 mochilas, com material escolar, para estudantes da Escola Mãe Clara, em São Tomé e Príncipe.

“Não somos só cidadãos de Olhão, nem cidadãos só de Portugal. Somos do mundo inteiro e isto significa que temos de saber abraçar o mundo em todas as circunstâncias e não pensar só onde vivo e nas condições em que vivo”, afirmou o padre Nuno Rodrigues.

O sacerdote da Congregação do Espírito Santo (Espiritanos) pediu aos alunos do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira, em Olhão, para estarem “em contínuo ato de solidariedade” e não esperarem por “terramotos ou inundações”.

“Não fiquem indiferentes, de braços cruzados. Procurem, acima de tudo, fazer sempre algo pelos outros”, acrescentou, segundo informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo jornal ‘Folha do Domingo’.

As 63 mochilas com material escolar vão ter como destinatários estudantes da Escola Mãe Clara do Projeto de Desenvolvimento Integrado de Lembá (PIDL), que é gerido pela Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), que tem com cerca de 1200 alunos do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico.

A professora Corina Jesus, coordenadora pedagógica do agrupamento escolar algarvio, referiu que cada aluno levou “aquilo que podia”, alguns “mochilas completas, outros lápis, borrachas ou canetas” e os diretores de turma “uniram-se e foram completando as mochilas”.

O apoio ao PIDL está a ser promovido pelos Missionários Espiritanos no âmbito do projeto de voluntariado missionário internacional ‘Abraçar a Missão’, iniciado em 2016 com Angola e alargado no ano passado a São Tomé e Príncipe.

O sacerdote salientou que “gestos pequeninos” permitem “mudar o mundo” e partilhou que viu professores “pegarem num caderno agrafado de 80 folhas, desagrafarem-no e fazerem dois de 40 folhas” ou a partirem um lápis em três”.

“Se vos perguntar quantos lápis vocês gastam durante um ano letivo ultrapassa os quatro. E eles, com aquele pedaço de lápis, tem de aguentar todo o ano, não partem, não afiam à toa”, acrescentou o padre Nuno Rodrigues, realçando que a criança que receber o material doado vai partilhá-lo “com três, ou quatro ou cinco colegas ou com os irmãos em casa”.

Foto Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O diretor do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira, Carlos Gaspar, agradeceu a participação dos alunos e pediu-lhes que “fiquem imbuídos deste espírito para futuras campanhas”: “Desperdiçamos muito e podemos aproveitar muito mais daquilo que são as nossas possibilidades.”

As mochilas vão ser carregadas num contentor no próximo dia 29 e o padre Nuno Rodrigues adiantou que também a dinamizar uma campanha de doação de plasticina para levar no verão.

Ao jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, o missionário Espiritano contou ainda que a próxima campanha solidária será de alimentos não perecíveis para a cozinha e refeitório social em construção na Escola Maria Clara, orçamentado em 55.000 euros, que vai possibilitar a distribuição de refeições diárias não só às 1.200 crianças desfavorecidas, mas também a idosos abandonados.

CB

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