Solidariedade: Bispo do Porto pede generosidade e celeridade na partilha com a Ucrânia

Comunidades de toda a Europa vão realizar uma “coleta especial” este domingo, concretizando o pedido do Papa Francisco

Porto, 23 abr 2016 (Ecclesia) – O bispo do Porto publicou hoje uma Nota Pastoral onde pede a todas as “paróquias, comunidades religiosas e reitorias” que ofereçam o “fruto dos ofertórios” deste domingo à Ucrânia, acolhendo “generosamente” o pedido do Papa.

D. António Francisco recorda no documento enviado à Agência ECCLESIA que a partilha dos ofertórios das Missas é um “gesto fraterno de solidariedade” com o povo ucraniano, onde existe uma “grande presença de cristãos ortodoxos e católicos”.

“O Papa Francisco manifestou ao mundo a sua preocupação com o drama que vive a Ucrânia a braços com uma guerra que, em surdina, continua a ceifar vidas humanas, a ferir a alma daquele povo, a retardar o desenvolvimento do país e a cercear o sonho de independência e de liberdade”, escreve D. António Francisco.

Para o bispo do Porto, a “situação de conflito interno e de ameaça externa que vive a Ucrânia e a sua população” fez com que o Papa confiasse “à Igreja dos países da Europa o seu desejo de que os cristãos ajudem aquele povo”.

D. António Francisco adianta que o dinheiro recolhido nos ofertórios das Missas deste domingo “será enviado, através da Nunciatura Apostólica em Portugal, à Santa Sé para que o Papa Francisco lhe dê o destino desejado”.

“Peço por isso a todos os sacerdotes e a todas as comunidades cristãs da Igreja do Porto que acolham generosamente este pedido do Papa Francisco e entreguem o mais breve possível à Diocese esta partilha generosa para não retardarmos a entrega ao seu destino, porque também na Ucrânia ‘os pobres não podem esperar’”, escreve o bispo do Porto na Nota Pastoral ‘Solidariedade com a Ucrânia’.

No dia 3 de abril, domingo da Divina Misericórdia, o Papa Francisco anunciou no Vaticano a realização de uma “coleta especial” em favor da população da Ucrânia, a 24 de abril, em todas as igrejas católicas da Europa.

No encerramento da sua última Assembleia Plenária, a 7 de abril, a Conferência Episcopal Portuguesa pediu a todas as comunidades cristãs e à “sociedade em geral” que apoie os habitantes da Ucrânia, no seguimento do pedido do Papa Francisco, destinando os ofertórios do dia 24 de abril às vítimas da guerra na região.

O conflito na Ucrânia arrasta-se desde novembro de 2014, em particular no leste do país, colocando em confronto grupos separatistas pró-russos e as forças de Kiev pelo controlo de território.

Desde a queda de Viktor Ianukovitch, que tinha decidido renunciar a um acordo comercial com a União Europeia, a população da península da Crimeia optou pela secessão com a Ucrânia e outras regiões têm manifestado a mesma pretensão.

O conflito já terá causado mais de 8 mil mortos e 16 mil feridos e, segundo a Cáritas Internationalis, provocou pelo menos um milhão de desalojados e deixou um número ainda maior de pessoas sem acesso a uma alimentação condigna, 300 mil das quais necessitam de ajuda imediata.

PR

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