Sociedade: Movimentos cristãos alertam para o agravamento das «crises sociais e laborais»

No âmbito da Jornada Mundial pelo Trabalho Digno que acontece este sábado

Lisboa, 07 out 2017 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos antecipou a Jornada Mundial pelo Trabalho Digno com uma mensagem onde expressa a sua “indignação” contra a forma como estão a ser geridas as atuais “crises sociais e laborais”.

Numa carta subscrita e enviada à Agência ECCLESIA pela Liga Operária Católica em Portugal, o MMTC lamenta que as decisões políticas e económicas não estejam a contribuir para a resolução dos problemas.

Aquele organismo dá como exemplos as “altas taxas de desemprego” que se verificam em vários países, a par dos “empregos cada vez mais precários” e da perda dos “direitos laborais e de proteção social”.

Apostada em ser “voz de denúncia e de compromisso no combate à desvalorização do trabalho humano e ao descarte de trabalhadores e trabalhadoras”, o MMTC considera fundamental garantir uma realidade laboral que vá ao encontro das “necessidades das pessoas e comunidades”.

Ao mesmo tempo, a organização pede que se respeite “o ambiente e os recursos naturais” e seja “fator de coesão, integração e justa distribuição da riqueza”.

“A desigualdade socioeconómica, nos últimos anos, tem-se agravado significativamente. Trabalhadores que em parte haviam superado a miséria e a pobreza, hoje estão a regressar aos apoios sociais”, alerta o MMTC, que frisa também a sua preocupação pelas consequências desta conjuntura social e económica.

Desde a “violência” à “corrupção” passando por realidades que crescem e se aproveitam do desespero das pessoas, como o “tráfico de drogas” ou situações de “abuso de poder económico e político” e “manipulação por parte dos meios de comunicação”.

“São necessárias mudanças que se legitimam quando obedecem à lógica do diálogo com toda a sociedade, tendo em vista o bem comum”, aponta o organismo mundial dos Trabalhadores Cristãos, que defende medidas como “o direito a um rendimento mínimo (básico), assumido pelos Estados, e acessível sem restrições a quem não tem trabalho”.

“Este direito permitirá que trabalhadores e trabalhadoras não necessitem de se submeter a certos tipos de trabalho para obter algum rendimento. Com um rendimento mínimo (básico) este trabalhador teria a capacidade de escolher melhor onde trabalhar, podendo rejeitar ocupações precárias ou de muito baixa remuneração”, considera o MMTC.

O Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos, que tem na Liga Operária Católica em Portugal um dos seus membros fundadores, espera por isso que a Jornada Mundial pelo Trabalho Digno deste sábado seja “um marco imperativo na luta pelo trabalho digno”, de acordo com a proposta da Organização Internacional do Trabalho.

JCP

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