Sociedade: Ecologia diz respeito a «insetos», «flores» e também ao «corpo humano», lembra patriarca de Lisboa

D. Manuel Clemente confessa expectativa pela próxima encíclica do Papa, dedicada a este tema

Lisboa, 10 fev 2015 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa confessa ter “muita” expectativa em relação à encíclica que o Papa Francisco está a preparar sobre a ecologia, um tema que não diz respeito apenas a “insetos” ou “flores”, mas à pessoa.

“Às vezes parece que há muita atenção a tudo quanto seja inseto ou outro tipo de animal, flor ou planta, para ser tudo tal e qual como naturalmente é ou deve ser, mas no que diz respeito à fisiologia e ao corpo humano pode-se usar tudo aquilo que a técnica permitir para alterar a bel-prazer, por assim dizer”, afirmou D. Manuel Clemente.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa defendeu uma “consideração ecológica da realidade é muito importante e muito bíblica” e tem de incluir a dimensão “exterior e interior”.

D. Manuel Clemente recordou frases da Bíblia que ligam “de uma maneira absoluta” o que se passa na natureza e no interior de cada um.

Por exemplo, a carta de São Paulo aos cristãos da Igreja de Roma diz que toda a criação, toda a natureza, está à espera da revelação dos filhos de Deus, para finalmente respirar.

“Sabemos que se temos um comportamento correto e respeitador da natureza tudo anda de uma maneira. Caso tenhamos um comportamento predador da natureza, dos recursos, todos sofremos”, recordou.

O futuro cardeal sublinhou que há “muitas tragédias” que acontecem e que estão relacionadas com “os maus tratos que que a humanidade lhe inflige”, nomeadamente “inundações ou alterações do clima”.

“Uma consideração ecológica das coisas é fundamental e é profundamente cristã. Este mundo é a criação que Deus nos confia. Somos responsáveis por isto”, referiu.

D. Manuel Clemente propor “uma ecologia que não pare em cada um”.

O Papa Francisco revelou em janeiro que a sua próxima encíclica, sobre a ecologia, vai ser publicada entre junho e julho, ainda a tempo de pressionar a comunidade internacional para decisões corajosas na Conferência do Clima 2015, em Paris.

Até dezembro, em Paris, vão decorrer uma série de eventos destinados a definir um novo acordo climático global pós-2020, centrado na redução de emissões para limitar o aumento médio de temperatura em 2º.

Francisco disse que vai dedicar uma semana de trabalho, em março, à conclusão da encíclica, o grau máximo das cartas que um Papa escreve.

No contexto do segundo consistório do atual pontificado, onde vai ser criado cardeal, D. Manuel Clemente analisou a situação social e eclesial da atualidade, em Portugal e no mundo, em entrevista que vai ser publicada em edição especial do semanário digital ECCLESIA, hoje divulgada, e emitida nos programas Ecclesia (Antena 1) e ‘70×7’ (RTP2) do próximo domingo.

PR/OC

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