Sínodo: «Há impactos que a Igreja só vê com os olhos dos leigos» – arcebispo de Évora

Afirmação de D. Francisco Senra Coelho no contexto das jornadas de atualização do clero do Sul, em Albufeira.

Foto Arquidiocese de Évora

Albufeira, 17 jan 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora considera que a Igreja está a começar “uma grande viragem” e que “há impactos” na instituição que “só os olhos dos leigos” conseguem ver.

“Há impactos que a Igreja só vê com os olhos dos leigos e essa leitura dos sinais dos tempos precisa de leigos preparados, por isso as comunidades têm de viver esta sinodalidade”, sublinhou à Agência ECCLESIA D. Francisco Senra Coelho no contexto da jornada de atualização do clero do Sul, a decorrer até quarta-feira, Albufeira.

‘Igreja Sinodal, uma Igreja atenta aos Sinais dos Tempos’ é o tema da jornada, iniciada esta segunda-feira, que reúne os bispos, padres e diáconos das Dioceses do Algarve, Beja, Évora e Setúbal, num encontro organizado pelo Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE).

“As três dioceses têm muitos sacerdotes formados no ISTE e no Seminário Maior de Évora” e saber os momentos de cruz e de alegria dos colegas torna as pessoas mais próximas”, disse D. Francisco Senra Coelho.

“Sem presbitérios unidos não teremos de facto comunidades unidas”, aponto o arcebispo de Évora.

A temática da sinodalidade está no centro das jornadas de atualização, mas “toda a riqueza” do conceito “é o Concílio Vaticano II”.

“Vivemos numa fase onde foi necessário passar o Concílio Vaticano II para as estruturas, desde o novo Código de Direito Canónico, a reforma litúrgica, a dimensão do catecismo e passá-lo ao concreto nas diversas idades que ainda tem lacunas, especialmente o acompanhamento dos jovens”, referiu o arcebispo de Évora

Atualmente, a Igreja está “a entrar no cerne” do concílio que é a ‘Lumen Gentium’, documento conciliar sobre o povo de Deus.

“Estamos a começar a grande viragem e, hoje, sabemos que, muitas vezes, a catequese se reduz ao preceito dominical e a alguma religiosidade popular, mas precisamos de compreender que é necessário um grande aprofundamento da fé”, realça D. Francisco Senra Coelho.

As dioceses do sul estão a viver um quadriénio pastoral em sintonia com as vocações e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza em Lisboa de 01 a 06 de agosto de 2023.

“A questão vocacional está profundamente ligada com a sinodalidade porque o cristão é alguém que se sente chamado como Filho de Deus e desta filiação brota a fraternidade”.

Com a “onda da JMJ”, as dioceses do sul do país querem “acompanhar o despertar de muitos jovens”.

Quando se fala em vocação “não é apenas a ida para o seminário e conventos”, esclareceu o arcebispo de Évora.

“Temos de começar pela família”, se tal não acontecer, “as comunidades cristãs podem viver uma anemia e ficarem de tal maneira envelhecidas sem uma renovação familiar”.

“Sabemos que a JMJ passa, mas é importante que fiquem grupos de jovens e comunidades renovadas”, concluiu D. Francisco Senra Coelho.

OC/LFS

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