Sínodo: «A sinodalidade passará a ser o modo de sermos Igreja» – D. Gabriel Mbilingi

Arcebispo do Lubango participou em seis assembleias sinodais e destaca a atual  originalidade do método e a presença de participantes «não bispos»

Foto Ricardo Perna, D. Gabriel Mbiling

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 31 out 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Lubango, em Angola, participou em seis assembleias sinodais e considera que a última “não tem nada a ver” com as anteriores por causa do “método adotado”, apontando para a sinodalidade como “modo de ser Igreja”.

“A sinodalidade passará a ser o modo de sermos Igreja. É da sua natureza e missão. Já não poderemos fugir disso”, afirmou D. Gabriel Mbilingi em declarações à Agência Ecclesia, no Vaticano.

Entre os dias 4 e 29 deste mês de outubro, decorreu a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, que vai ter uma segunda etapa em 2024 por decisão do Papa Francisco.

Para o arcebispo de Lubango, o resultado da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, apresentado num documento síntese, “valeu pela preparação” nas “várias dioceses, nas várias conferências episcopais e também nos vários continentes”.

Para além da preparação e do método, D. Gabriel Mbilingi considera também que “toda a novidade” do Sínodo está na participação de “não bispos”, nomeadamente leigos com direito a voto”.

“Isso fez toda a diferença”, afirmou o arcebispo angolano, lembrando que não participaram na assembleia sinodal na condição de “irmãos fraternos” sem direito a voto.

Foto: Ricardo Perna

D. Grabriel Mbilingi, que faz parte do Conselho da Secretaria Geral do Sínodo desde outubro de 2018, referiu-se à escolha do tema da sinodalidade para o Sínodo dos Bispos com surpresa, afirmando que “nem sequer imaginava” a opção do Papa Francisco e a relevância da temática para a Igreja.

O arcebispo de Lubango sublinhou a novidade do método sinodal, não só pelo tempo de consulta que antecedeu a Assembleia Geral, mas também pelo “ambiente de escuta” que marcou os primeiros três de retiro para todos os participantes, “uma escuta recíproca” e “todos a escutar o que o Espírito diz à Igreja”.

“Foi realmente um sínodo muito especial e no qual eu participei na qualidade de agente de construção, juntamente com o Secretariado do Sínodo, daquilo que foram os passos, as etapas para a realização deste Sínodo”, afirmou.

O arcebispo angolano valorizou o tempo que decorre até à segunda etapa da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, em outubro de 204, como uma oportunidade para ouvir “mais intervenientes diretos” da pastoral da Igreja, nomeadamente párocos e sacerdotes, formadores nos seminários e formadoras na vida consagrada e responsáveis por vários ministérios, como por exemplo catequistas.

“Nós não podemos fazer com que eles venham aumentar o número dos participantes, porque então seria recomeçar do início, em relação a eles. Mas, agora, no trabalho que devemos fazer junto das igrejas locais, não devemos chegar aqui sem esses protagonistas diretos: Deverão ser necessariamente escutados naquilo que à sinodalidade diz respeito”, afirmou.

O arcebispo de Lubango lembrou que o tema do Sínodo dos Bispos em curso é sobre a sinodalidade, o “novo modo de ser Igreja”, deixando para outras assembleias a análise de temas concretos na pastoral da Igreja Católica.

OC/PR

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