Sínodo 2018: Jovens de hoje «querem perceber mais e melhor» a Igreja Católica

Encontro que o Papa Francisco vai dedicar às novas gerações visto por um escuteiro do Agrupamento 45 de Caxias

Lisboa, 31 mai 2017 (Ecclesia) – A preparação do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, que o Papa Francisco marcou para outubro de 2018, está a decorrer com a fase de auscultação nas dioceses e paróquias em todo o mundo.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Fernando Lopes, um jovem de 22 anos, escuteiro, ligado ao Agrupamento 45 de Caxias, na região de Lisboa, realça que esta iniciativa mostra a preocupação da Igreja Católica em “estar mais próxima de todos”.

Depois do encontro sinodal dedicado à temática da Família, entre 2014 e 2015, está no horizonte uma nova reunião, sobre a relação dos jovens com a Igreja Católica, os seus anseios e interpelações, o enquadramento com a fé, a resposta à proposta vocacional.

Para Fernando Lopes, dizer que os mais novos andam afastados da Igreja Católica não traduz a realidade atual, antes pelo contrário.

“Há cada vez mais movimentos associados ao catolicismo, há um aumento do número de jovens católicos, e isso notou-se claramente na presença do Papa em Fátima, onde vimos massas gigantes de grupos, de diversas idades”, recorda o escuteiro.

O cerne da questão, de acordo com este caminheiro, está na necessidade de cada estrutura católica atualizar linguagens e métodos para melhor ir ao encontro das novas gerações, sem com isso mudar aquilo que é próprio, que é a chave da religião e da fé.

“Acho que há toda uma parte protocolar da Igreja que não muda e se calhar não é atualizada, mas também tem a sua quota-parte de importância”, admite Fernando Lopes.

Mas o futuro da Igreja Católica também depende da oportunidade que é dada aos mais novos, de participar, de se exprimir.

“Tudo o que os jovens vão trazer para a Igreja será moderno mas sempre com as ligações da tradição, e trará mais jovens para a Igreja”, complementa.

Fernando Lopes entre aos 11 anos nos escuteiros, tem portanto metade da vida dedicada ao CNE, e dedica-se neste momento à formação dos mais novos, dos lobitos, entre os 6 e os 10 anos.

Os pequenos identificam-se com os escuteiros, e com as suas regras e valores, porque “veem que é algo que podem pôr em prática na sua vida”.

Assim também tem de ser em toda a Igreja Católica, aponta Fernando Lopes, que reconhece hoje uma mudança de paradigma na iniciação dos mais novos na fé.

“Hoje os jovens juntam-se mais tarde à Igreja, por vontade própria, porque os pais já não o fazem, e porque querem perceber mais e melhor”, observa o membro do agrupamento 45 de Caxias.

Sobre o documento preparatório do “Sínodo da juventude”, e o questionário que foi disponibilizado pela Santa Sé, este escuteiro destaca uma linguagem que “qualquer um consegue entender”, muito “contemporânea” e adequada aos “desafios” atuais.

A forma como o Papa Francisco alerta para a “crise de valores” que está na origem de todas as outras crises, da pobreza à guerra, da família aos jovens.

“Há crises que não são crises políticas ou económicas, são crises humanas e não podemos olhar aos números mas às pessoas”, recorda Fernando Lopes.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

Até hoje houve 14 assembleias gerais ordinárias e três extraordinárias, as últimas das quais dedicadas à Família (2014 e 2015).

LS/JCP

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