Sínodo 2015: D. Manuel Clemente afasta receios sobre mudança de «doutrina»

Cardeal-patriarca de Lisboa sublinha que prioridades dos trabalhos nem sempre coincidem com as dos media

Cidade do Vaticano, 07 out 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse à Rádio Vaticano que os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família não têm o objetivo de colocar em causa “a doutrina e a tradição cristã sobre a família”.

“Antes pelo contrário, [o Sínodo] está a reavivá-la, a compreendê-la melhor, a apresentá-la a todos, porque com a compreensão que devemos ter com as mais diversas situações que existam, temos de corresponder a essas situações”, assinalou D. Manuel Clemente.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sublinha a “grande afinidade” com a mensagem que o Papa tem vindo a deixar, com intervenções na vigília de oração e na Missa que marcaram o início do Sínodo, no sábado e domingo, para além dos discursos nas reuniões gerais de segunda e terça-feira.

“[O Papa] disse-nos “a doutrina não está em causa e eu sou o primeiro garante dela”. O que nós percebemos é que há o nosso trabalho aqui e depois também há os media e as suas prioridades e as suas perspetivas que não coincidem. Mas nós estamos aqui para fazer o nosso Sínodo e não o Sínodo dos media”, advertiu.

O cardeal-patriarca assinala a importância do reforço do papel da família nas comunidades cristãs.

“Trata-se de radicar, cada vez mais, a nossa proposta sobre a família, contando muitíssimo com a experiência das famílias cristãs, dando essa mesma resposta às problemáticas que se põem”, precisa D. Manuel Clemente, um dos delegados da CEP, juntamente com D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco.

O presidente da CEP elogia o espaço dado aos trabalhos de grupo nos chamados ‘círculos menores’ (13 sessões ao longo de três semanas), com a possibilidade de “falar e intervir”, ouvindo “padres sinodais, auditores, também leigos e casais”.

“Passarmos dias seguidos em congregações gerais em que se sucedem dezenas de intervenções não é a melhor maneira de progredirmos na reflexão”, admitiu.

D. Manuel Clemente espera que a abordagem “pastoral” do Sínodo ajude a dar “alento e mais projeção àquilo que é a experiência concreta de famílias que, com as dificuldades que todas as outras famílias também têm, levam por diante a proposta de Jesus Cristo sobre a família”.

RV/OC

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