Senhor dos Navegantes atraiu milhares às Caxinas

As festas a Nosso Senhor dos Navegantes da paróquia das Caxinas, Vila do Conde, contaram, este ano, com uma participação acima das expectativas. A procissão, que é o ponto mais alto das festividades, atraiu àquela localidade dezenas de milhar de pessoas, mas todo o programa, quer religioso como profano, contou com uma participação popular em larga escala. O sol escaldava, mas as ruas ficaram repletas com milhares de pessoas. Todos queriam ver e, de alguma forma, participar naquela que é já considerada uma das maiores procissões religiosas do país. O silêncio e o respeito pelos ícones religiosos são a imagem de marca da procissão do Senhor dos Navegantes. Este é um facto que faz com que todos mantenham um sentimento de reverência perante a fé demonstrada por aquela comunidade paroquial. Em jeito de balanço, o padre Domingos Ferreira de Araújo disse ao Diário do Minho que a participação popular em todo o programa festivo «superou todasas expectativas». O pároco lembrou que, na sexta-feira, dia do 21.º aniversário da inauguração e dedicação da igreja paroquial, as cerimónias litúrgicas – presididas, este ano, por D. Joaquim Gonçalves, bispo de Vila Real – contaram com a presença de milhares de fiéis. Nestes dias, a espaçosa igreja paroquial «têm-se revelado pequena para acolher a tantos cristãos que quiseram participar nas eucaristias», salientou o sacerdote. Antes de sair para a procissão, o padre Domingos Ferreira de Araújo frisou que «o calor da fé tem de ser maior que a elevada temperatura do dia», pois só dessa forma seria possível às mais de 1.200 pessoas que integram o cortejo religioso, aguentarem e transportar os pesados andores ou percorrerem os mais de dois quilómetros de trajecto envergando a roupagem própria de cada figurante. «Este é, sem dúvida, um teste à fé das pessoas», sublinhou o sacerdote, acrescentando que, com uma temperatura tão elevada – bem acima dos 30 graus centígrados – «não é qualquer um que se sujeita a um sacrifício » daquele género «se não tiver uns alicerces sólidos na sua convicção cristã». O padre Domingos Ferreira de Araújo apontou ainda para o facto da comunidade paroquial – da qual uma boa percentagem de fiéis são pescadores ou de famílias de gente ligada ao mar – pretender com a procissão «fazer catequese ao vivo». Aliás, só por aquele motivo é que o sacerdote encontra explicação para «a crescente afluência de milhares de pessoas» àquela procissão, ano após ano. «No ano passado fizemos uma estimativa de que presenciaram a procissão do Senhor dos Navegantes cerca de 40 mil pessoas», afirmou o pároco. Outra das características desta procissão é o facto de ser participada por outras comunidades piscatórias do país. «Da Fuzeta até Viana do Castelo, temos cá representantes das comunidades de pescadores do país», salientou o padre Domingos Ferreira de Araújo. A procissão foi presidida, pelo quarto ano consecutivo, pelo padre Carlos Noronha, director nacional do Apostolado do Mar. Ao DM, aquele sacerdote salientou que entendia a sua missão entre os pescadores cristãos como «um desafio permanente», mas indicou que evangelizar aqueles homens «é encontrar um espaço de sinceridade, verdade e de pronta colaboração, que são características do coração do homem do mar».

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