Semana Santa: Páscoa «é um grito de esperança» perante «injustiças, guerra, violência e morte», afirma o bispo de Viseu

«Como cristãos não podemos ficar indiferentes a tantas mortes inocentes, ao testemunho de tantos mártires» – D. António Luciano

Foto Diocese de Viseu

Viseu, 25 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Viseu disse que os cristãos não podem “ficar indiferentes” às mortes inocentes, ao testemunho dos mártires, “que continuam a dar a vida por Cristo” e desejou que o Evangelho da Paixão seja “bênção e remédio” para feridas e maldades.

“A morte de Cristo trouxe-nos a salvação e o remédio para toda a humanidade. A Páscoa do Senhor é um grito de esperança diante de tantas injustiças, cenários de guerra, de violência e de morte em lugares como a Ucrânia, a Rússia, Israel, a Palestina, a Faixa de Gaza, onde diariamente tantos irmãos perdem a vida, outros são feridos de morte e muitos têm de abandonar as suas famílias, as suas casas como deslocados e refugiados de guerra”, disse D. António Luciano, este domingo, 24 de março, na Sé de Viseu.

Na homilia da Missa dos Ramos, enviada esta segunda-feira à Agência ECCLESIA pelo Gabinete de Informação diocesano, o bispo de Viseu assinalou que em muitas nações no mundo se respira “ódio, violência, destruição e morte de irmãos inocentes e vulneráveis”, alertando que todas essas guerras causam “miséria, pobreza, fome e doenças em tantas pessoas e povos, que anseiam pela libertação e pela paz”.

“O recente atentado na Rússia, que provocou tantas mortes em civis e causou tantos feridos, provocando a destruição de bens e famílias, são atentados contra a dignidade e respeito da pessoa humana e contra a humanidade”, acrescentou, sobre o ataque de sexta-feira, 22 de março, a uma sala de concertos nos arredores de Moscovo, que foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI), e o Papa Francisco também condenou.

D. António Luciano afirmou que como cristãos não podem ficar “indiferentes a tantas mortes inocentes, ao testemunho de tantos mártires”, que hoje continuam a dar a vida por Cristo, indicando que o “dom do perdão e da misericórdia de Deus” são o grande remédio para curar as feridas da humanidade “destruída pela violência, pela guerra, pela miséria, pela fome e pelo pecado”.

“A leitura do Evangelho da Paixão de Jesus, que todos escutámos com fé, seja uma bênção e um remédio eficaz para curar as feridas da humanidade e as maldades dos homens. Jesus morreu na Cruz para reunir os filhos de Deus, que andavam dispersos e indiferentes”, acrescentou na Sé.

A Igreja Católica iniciou, com o Domingo de Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.

O bispo de Viseu lembrou também que a renúncia quaresmal, que os fiéis partilham no Domingo de Ramos, destina-se a ajudar a Paróquia moçambicana de Íle, no Gurué, a construir uma igreja; à construção de uma escola em São Tomé e Príncipe, confiada às Irmãs Hospitaleiras; a reconstruir a hospedaria do convento das Irmãs Trapistas de Palaçoulo, na Diocese de Bragança-Miranda, e ao Fundo de Emergência Diocesano.

A Missa de Domingo de Ramos começou com a sua bênção no exterior da Sé, onde D. António Luciano destacou que Jesus foi também ao encontro de todos, como quando entrou na cidade de Jerusalém “montado num jumentinho para se encontrar com o seu povo, que o acolhia com gestos de festa e ramos de palmeira e oliveira”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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