São Tomé e Príncipe: Bispo alerta para pobreza do país

D. Manuel António dos Santos diz que sociedade local deixou de acreditar no futuro

São Tomé, 11 jul 2011 (Ecclesia) – O bispo de São Tomé e Príncipe, D. Manuel António dos Santos, manifestou preocupação pelo nível de pobreza no país lusófono e pela falta de perspetivas de futuro para a população.

A sociedade são-tomense “praticamente já não acredita em nada, vai vivendo sem saber muito bem o que vai ser o seu futuro”, disse, em entrevista à Lusa, hoje divulgada.

Para o prelado português, bispo de São Tomé há quatro anos e meio, a Igreja tem sido “muito importante” na luta “contra a pobreza”, considerando que o atual governo, liderado por Patrice Trovoada, devia dialogar mais para tentar encontrar soluções.

“Este governo, eu creio que tem de olhar com mais atenção para os problemas sociais que existem. O governo tem de dialogar mais com as instituições, tentar encontrar respostas que sejam mais eficientes”, defendeu.

D. Manuel António dos Santos considerou ainda que o petróleo já não suscita o entusiasmo do passado, lamentando a perda de “um certo dinamismo, uma certa esperança” que o fenómeno criava.

“Não se vê grande alternativa, então isso cria um certo desânimo nos jovens. Encontra-se aí uma juventude que não vê perspetivas no futuro, encontram-se pessoas sem saber o que é que hão de fazer da sua vida, encontram-se problemas que acabam por não dar esperança a este povo”, frisou.

À falta de perspetivas, o bispo de São Tomé e Príncipe receia que se sucedam “comportamentos de risco”.

Este responsável diz ainda que o país lusófono, antiga colónia portuguesa na costa ocidental de África, tem “estruturas de defesa muito frágeis”, podendo “facilmente transformar-se numa plataforma de passagem de droga”.

OC

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