Santo António: «Poderia ser uma figura típica para a nossa Europa» – Frei Severino Centomo

Religioso franciscano destaca que santo português recorda que «é fundamental» entendimento e diálogo

 

Lisboa, 13 jun 2022 (Ecclesia) – Frei Severino Centomo e Secundino Correia destacam a atualidade da vida, pensamento e ação do frade franciscano português para a sociedade hoje, para além da dimensão popular, e a novidade do livro ‘António Secreto. A força de um santo’.

“Não há dúvida de que esta figura ficaria muito mais enriquecida se aprofundássemos esta sua encarnação na história. Ele colocou toda a sua inteligência, cultura, e a sua profunda humanidade para o bem das pessoas, para a justiça, para a paz entre as cidades, os povos”, disse hoje frei Severino Centomo, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Para o entrevistado, religioso dos Franciscanos Conventuais, Santo António poderia ser “uma figura típica para a Europa” que hoje parece voltar a se “distanciar uns dos outros”.

“Santo António recorda que é fundamental entendermo-nos, dialogarmos, viver uma vida mais justa; Ajudar-nos a realizar o sonho de uma humanidade fraterna e que vive na justiça e na paz”, realçou.

Secundino Correia, diretor-adjunto da edição portuguesa da revista ‘Mensageiro de Santo António’, recorda que os devotos de Santo António “não são apenas os católicos”, mas também existem de outras religiões, como “hindus, muçulmanos”, talvez pelo “segredo da sua profunda humanidade”,

“É interessante como Santo António consegue ser tão abrangente. Penso que o segredo foi a proximidade às pessoas durante a sua vida”, acrescentou, no Programa ECCLESIA, transmitido na RTP2.

Sobre a sua dimensão mais popular, frei Severino Centomo referiu que também concorda que o santo português Doutor da Igreja fique “no coração das pessoas e continue a ser caracterizado com os aspetos de ajuda”, por exemplo a encontrar alguma coisa perdida, ou “um parceiro no casamento”, por que é alguém muito próximo, afinal, “quando há uma dificuldade ‘valha-nos Santo António’”.

Este sábado, foi apresentada a obra ‘António Secreto. A força de um santo’, da autoria Nicola Vergo, no Museu de Lisboa Santo António; O livro, com a chancela da Paulinas Editora, é um romance histórico e a publicação original em italiano vai ser lançada no dia 21 de junho na igreja de Santo António dos Olivais, em Coimbra.

Para frei Severino Centomo, este romance histórico é “muitíssimo interessante”, tem “muita imaginação” que não é “fruto simplesmente de fantasia mas de pesquisa histórica”.

O autor Nicola Vergo, acrescenta o frade franciscano, coloca o santo português “dentro da humanidade” onde ele viveu, “vendo com ele se inseriu”.

Secundino Correia acrescenta que o autor da nova publicação foi “beber em fontes históricas”, e baseou-se “muito nos escritos de Santo António e em documentos autênticos”, por isso, criou “uma história que tem verosimilhança”.

Segundo o diretor-adjunto da edição portuguesa da revista ‘Mensageiro de Santo António’, o livro ‘António Secreto. A força de um santo’ “talvez ajude a descobrir outra faceta” do santo franciscano Doutor da Igreja, por isso, o seu título é ‘António Secreto’, e vai ajudar os leitores a “gostar ainda mais de Santo António” e perceber que foi uma pessoa que se “preocupou com os pobres, com os injustiçados”, “teve uma intervenção social e política”, para além da intervenção na Igreja Católica.

Frei Severino Centomo realçou que apesar da sua ciência, da sua cultura, Santo António foi “sempre muito humilde”.

A liturgia católica celebra Santo António no dia 13 de junho, presbítero e doutor da Igreja, padroeiro secundário de Portugal.

Nasceu em Lisboa, em 1195; Fernando de Bulhões entrou no mosteiro agostiniano de São Vicente, onde viveu durante dois anos antes de integrar a comunidade de Coimbra; Em setembro de 1220, integrou a ordem dos franciscanos, onde assumiu o nome de António, pelo qual é hoje conhecido. Faleceu em 1231 e foi sepultado em Pádua (Itália).

HM/CB

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