Santo António na Madeira

A Paróquia de Santo António, no Funchal, muito provavelmente criada como «curato» em 1557 e logo transformado em Paróquia em 1566, segundo a opinião abalizada do autor do Elucidário Madeirense, teve a sua sede numa capela dedicada a Santo António, certamente construída anteriormente, e que deu lugar ao sítio e depois à paróquia, ignorando-se o ano da sua construção, em meados do século XVI.

Desde então tem sido o Padroeiro dessa comunidade paroquial, que, através dos séculos, na medida em que se foi tornando necessário para atender aos diversos serviços do culto, primeiro ampliou a referida capela, para logo depois construir uma nova igreja no primeiro quartel do século XVII, e em 1873 começou a erguer a actual igreja que foi dada por concluída em 1789.

A chama da devoção ao santo popular português tem continuado acesa através das gerações.

Em Santo António da Serra, vulgarmente conhecida como Santo da Serra, Gil de Carvalho terá erguido duas ermidas: uma que não chegou a ultimar, ao sítio do Alcoforado, onde tinha a sua residência, hoje conhecido como sítio da Ermida, e outra, dedicada a Santo António, onde hoje está a igreja paroquial.

Quanto à data da sua construção, o referido autor do Elucidário Madeirense afirma que «essa edificação não seria anterior ao último quartel do século XVI», e que «deve ter sido construída pelos fins do século XVI ou princípios do século XVII.

Após ter passado por diversas situações, foi ali estabelecido um «curato» em 1813 e só em 1848 ficou constituída a paróquia autónoma.

A antiga capela de Santo António foi ampliada e adaptada às circunstâncias dos tempos sucessivos, e a igreja actual data de meados do século XVIII. Nos seus arredores foi construída a «Casa do Romeiro» em 1808, tendo sido posteriormente votada ao abandono e rápido desmoronamento. Prova, no entanto, a devoção popular ao Santo António, que ali se tem mantido viva, não só por parte da comunidade ali residente, mas também dos romeiros que ali acorriam, idos de outras partes da diocese.

Nos tempos mais chegados a nós, em 1960, aquando da criação de novas paróquias, foi dedicada a Santo António a nova Paróquia da Raposeira, na Fajã da Ovelha, que tem sido outro centro de devoção popular ao santo português.

Entretanto, nas igrejas que foram construídas ao longo dos tempos pelas diversas comunidades paroquiais, embora dedicadas a outro titular, também reservaram um altar, a Santo António de Lisboa. Certamente que em todas as igrejas, para não dizer em todas as casas, aí estará a imagem do «santo de todos» no seu nicho, em estátua, azulejo ou em qualquer outra forma de estampa.

Não há dúvida alguma que Santo António galvaniza também a comunidade madeirense.

Manuel Gama

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