Santarém: «Escuta» é palavra inspiradora e «coragem» o valor para o novo ano pastoral (c/vídeo)

«Não queremos ser uma Igreja que cuida da alma para o céu e despreza a realidade onde se encontra» – D. José Traquina

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Santarém, 03 out 2020 (Ecclesia) – A Diocese de Santarém apresentou hoje o programa pastoral 2020-2021 que é inspirado pela palavra ‘escutar’ e tem como valor a “coragem”, continuando a viver o lema pastoral ‘Somos uma missão nesta terra’.

“A todos os problemas que nos surgirem, no responder com fé e inteligência é que está a sabedoria”, pediu hoje o bispo diocesano D. José Traquina.

O programa pastoral 2020-2021 foi apresentado à Vigararia de Santarém numa assembleia que reuniu representantes das 33 paróquias, movimentos e comunidades de consagrados, na Casa do Campino.

Segundo o programa, enviado à Agência ECCLESIA, pela diocese escalabitana, o objetivo principal é serem “uma diocese que assume a missão, escutando as preocupações humanas, a Palavra de Deus e o Magistério da Igreja”.

Na assembleia, transmitida online, D. José Traquina explicou que em “escutar as preocupações humanas” inserem-se as famílias, as pessoas pobres e desempregados, os estrangeiros e os migrantes, as instituições, como a Cáritas diocesana e Cáritas paroquiais, as empresas, onde estão as instituições sociais – IPSS e Misericórdias, e a sociedade.

“Não queremos ser uma igreja que cuida da alma para o céu e despreza a realidade onde se encontra. Não! Nós queremos apontar o céu com os pés assentes na terra”, afirmou o bispo de Santarém, este sábado, explicando que é na promoção da “solidariedade em todas as dimensões” que vão “agir”.

Na carta à diocese, sobre novo programa pastoral 2020-2021, D. José Traquina recorda que, desde o mês de março, “a programação da vida pastoral não teve realização devido ao confinamento”, “por força da pandemia” do coronavírus Covid-19 que “atingiu o mundo inteiro” e a família, “realidade humana e social, foi posta à prova como último reduto para salvaguardar o valor da vida humana, em tempo de confinamento”, onde, como “espaço humano e físico, foi possível manter muitos postos de trabalho”.

Fotos: Agência ECCLESIA

“Num tempo de incertezas, quanto à realização da programação pastoral, a família continuará a ser fundamental como espaço de vida para crescer nos valores espirituais que dão beleza, alegria e sentido à existência humana. É bom e necessário que, em família, se cultive o dom e dinamismo da fé, também no acompanhamento catequético junto das crianças. Sem dúvida, a família é o espaço privilegiado para acolher, escutar e crescer”, desenvolveu.

Depois do verbo ‘acolher’ como palavra inspiradora, neste ano 2020-2021, a Diocese de Santarém vai ‘escutar’, numa sociedade onde “é privilegiada a comunicação pela imagem” e “é necessário valorizar a capacidade de escuta como exercício que exige a presença e a concentração”.

Na sua carta, D. José Traquina explica que vão “escutar a Palavra de Deus”, nomeadamente o Evangelho de São Marcos, e do magistério da Igreja a encíclica ‘Laudato Si’ e a Escola Diocesana de Formação Cristã vai apresentar propostas inspiradas no evangelho e no documento do Papa Francisco.

No contexto do Novo Diretório da Catequese, publicado pela Santa Sé a 25 de junho, o bispo de Santarém assinala que o Secretariado Diocesano de Catequese está a “promover encontros, por videoconferência”, com os párocos e catequistas, para “os esclarecimentos necessários e recomendações” para que se promova a catequese das crianças e adolescentes nas paróquias.

Sobre a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, em 2023, D. José Traquina explica que as Dioceses de Santarém e de Setúbal foram “requeridas” para acolher jovens na semana em que decorre o encontro e nesta Igreja local “já está assumido” que não vão promover “o acolhimento nas pré-jornadas, para que toda a Diocese se prepare bem para acolher os jovens durante a semana da JMJ 2023”.

A diocese vai ter como figuras de referência, Santo Domingos de Gusmão, o beato Frei Gil de Santarém e frei Luís de Sousa, num calendário pastoral com “poucas marcações, por causa da insegurança quanto à possibilidade de promoção de atividades pastorais”, que vão ser promovidas e marcadas com a necessária prudência”.

A habitual Assembleia Diocesana de Santarém este ano não se realiza, por causa do atual contexto pandémico, e no final da reunião da Vigararia de Santarém, este sábado, D. José Traquina destacou que esta opção cria “proximidade” e pensam “juntos”, adiantando que na próxima sexta-feira à noite, dia 9, Almeirim recebe outra assembleia vicarial.

O lema ‘Somos uma missão nesta terra’, uma frase do Papa Francisco na ‘Evangelii Gaudium’, apresentado o ano passado (2019/2020) numa carta pastoral vai guiar a Diocese de Santarém até ao cinquentenário da criação desta Igreja local, em 2025.

A Diocese de Santarém foi criada a 16 de julho de 1975, pela “Bula Apostolicae Sedis Consuetudinem”, do Papa Paulo V, quando já estava organizada territorialmente em 100 paróquias; Atualmente são 111 paróquias, agrupadas e coordenadas por sete vigararias.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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