Restauro da igreja vimaranense de São Domingos pode avançar

No próximo ano poderão, finalmente, começar as obras de recuperação da igreja de São Domingos, na Rua D. João, em Guimarães. O monumento nacional classificado, afecto ao IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico), padece de crónicos problemas de degradação e infiltrações. O assunto faz parte da agenda da deslocação da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, a Guimarães, no próximo mês de Janeiro. Ainda esta semana, o IPPAR iniciou um trabalho de vistoria ao telhado, para avaliar o estado da cobertura. A igreja vimaranense apresenta, desde há vários anos, graves problemas ao nível do seu estado de conservação. Os primeiros sinais de degradação começaram em 1966, conforme comprova documentação da época, nunca tendo a situação merecido adequada resolução, devido aos constrangimentos financeiros da tutela. Em 2003, os responsáveis da igreja decidiram cobrir as imagens dos santos com sacos de plástico para os proteger da humidade e colocar uma prancha para evitar a derrocada do tecto. A partir daí começou a ser efectuado um projecto para restauro da igreja, que se encontra concluído, mas à espera de financiamento para ser executado. «As intervenções dependem das verbas que tivermos disponíveis. Neste momento, estamos a efectuar a intervenção essencial ao nível da conservação da cobertura e à medida que tenhamos disponibilidade financeira iremos efectuando outras obras», avançou ao Diário do Minho a arquitecta Paula Silva, directora regional IPPAR. A mesma responsável reconhece a necessidade de avançar com obras mais expressivas no imóvel, mas insiste que «as intervenções têm sempre que ser efectuadas à medida da disponibilidade financeira, que não é muito, e por isso tem que ser muito bem pensada e estruturada», sustentou. Por isso, a deslocação de Isabel Pires de Lima a Guimarães, em Janeiro próximo, pode significar um apoio fundamental ao processo, que vem marcando passo há alguns anos. O problema é que a gravidade das infiltrações no interior da igreja de São Domingos é de tal ordem que a humidade relativa chega a ultrapassar os 85 por cento, contribuindo para o mal-estar dos fiéis e ameaçando o riquíssimo espólio. O telhado do templo está a ceder ao peso dos anos e mete água. A humidade incomoda os fiéis e está a degradar as paredes e tectos, além das valiosas pinturas e imagens, cobertas com sacos de plástico. O vidrado do telhado já desapareceu e, consequentemente, a cobertura perdeu a capacidade de suster as infiltrações de água e a humidade, que corroem tudo o que o telhado devia abrigar e já não abriga. A igreja de São Domingos, na embocadura da Rua D. João I e o Largo do Toural, em Guimarães, é um dos templos religiosos mais belos da cidade-berço e encerra um valioso e classificado património nacional. Trata-se de uma velha igreja gótica com três naves, divididas por arcos de pedra e separadas por cinco arcos ogivais de cada lado, com porta principal barroca virada a poente, debaixo de uma grande e bela rosácea aberta na fachada principal do templo. Além da sacristia, que guarda algumas peças preciosas de arte sacra, o templo exibe ainda um cadeiral e um órgão de tubos setecentistas.

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