Relação humana deve ser prioridade para a Pastoral da Saúde

Sector da Igreja define futuro, num encontro sobre «Espiritualidade em Saúde-Novos desafios»

Numa sociedade «sem Deus e sem próximo», o grande desafio que se coloca à Igreja é contribuir para a redescoberta da relação humana, coração a coração, e aí tratar as feridas e angústias humanas.

Uma ideia avançada à ECCLESIA pelo padre Jorge Vilaça, durante o 23º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde que se está a realizar em Fátima, subordinado ao tema “Espiritualidade em Saúde – Novos desafios”.

Para o Coordenador da Pastoral da Saúde na diocese de Braga, «a evangelização não começa de Cristo na mão mas sim ao nível relacional» e é essa componente que falta transportar para a área da Saúde, onde a Igreja tem uma excessiva atenção pela parte sacramental.

Um dos painéis abordados no encontro, que termina hoje, 26 de Novembro, fala na relação humana como lugar de Espiritualidade.

Um tema em tudo relevante para esta discussão, de acordo com o sacerdote, porque «a espiritualidade diz respeito a todo o homem e enquanto a Pastoral da Saúde não tiver uma antropologia forte, enquanto não for às grandes questões essenciais do ser humano, é óbvio que não conseguirá avançar».

Enquanto capelão do Hospital São João de Deus, em Famalicão, o padre Jorge Vilaça tem consciência que tratar a parte espiritual, antes mesmo da parte física ou psicológica, tem um papel fundamental na recuperação das pessoas. E dá como exemplo o desemprego, um das questões que mais afectam a sociedade actual.

«Problemas como este trazem questões espirituais agarradas. Seremos nós capazes de as despertarmos?» interroga o sacerdote.

«Este deve ser o nosso trabalho, mais do que sacralizarmos a Pastoral da Saúde, sermos leitores, tradutores, das grandes questões espirituais que estão a emergir nos problemas reais das pessoas de hoje», sublinha o mesmo responsável.

A Pastoral da Saúde é hoje desempenhada por uma multiplicidade de serviços, desde instituições de solidariedade social, movimentos de leigos, estruturas paróquias e capelanias.

Para o padre Jorge Vilaça, é importante que a Igreja consiga dar um forte contributo, para que aqueles agentes tenham vincado no seu ADN uma espiritualidade forte, englobando a mensagem de Cristo, de amor a Deus e ao próximo.

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