Refugiados: «Diante de uma vida humana, não pode haver bloqueios», diz Conferência Episcopal

Bispos criticam impasse europeu no processo de acolhimento

Fátima, Santarém, 08 mar 2016 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal reforçou hoje em Fátima a necessidade de uma “aceleração” no processo de acolhimento aos refugiados na Europa.

“É impensável continuar a ver e a sentir toda esta gente que passa mal, morre, passa fome e tudo aquilo que é condenável para a dignidade da pessoa humana”, frisou esta terça-feira o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

A posição dos bispos católicos surge numa semana em que o país recebe cerca de uma centena de refugiados, na sua maioria da Síria e do Iraque, homens, mulheres e duas dezenas de crianças que vão ser acolhidas em várias cidades portuguesas.

O padre Manuel Barbosa destaca o “esforço” que está a ser feito a nível nacional e internacional.

Mas alerta para a necessidade de uma maior “prontidão” no acolhimento e de todos os países da Europa trabalharem em conjunto por uma solução, em vez de fecharem as suas fronteiras ou confinarem os refugiados a campos improvisados na periferia do território.

“Diante de uma vida humana, não pode haver bloqueios, a humanidade, a dignidade da pessoa não admite qualquer bloqueio nem qualquer muro, seja farpado, seja de cimento, seja o que for”, apontou.

Durante a reunião do Conselho Permanente da CEP, os bispos analisaram também o último relatório da Cáritas Portuguesa que alertou para o agravamento da pobreza e da exclusão social em Portugal, mesmo em pessoas com emprego.

“Todas as políticas governativas deveriam ser para que não acontecessem essas situações”, referiu o padre Manuel Barbosa, recordando as “pessoas e famílias que passam mal” e que merecem todo “o esforço da sociedade civil, também política e da Igreja para que as coisas mudem”.

JCP

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