Refugiados: 115 instituições vão formar Plataforma de acolhimento em Portugal

Primeira Assembleia Geral decorreu em Lisboa, com a presença de várias organizações católicas

Lisboa, 14 out 2015 (Ecclesia) – 115 instituições, entre as quais cerca de 50 entidades católicas, já se disponibilizaram para acolher refugiados, segundo informações avançadas hoje na Universidade de Lisboa, durante a primeira assembleia-geral da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).

O Alto Comissario para as Migrações, presente na iniciativa, considerou esta adesão e o trabalho da PAR como uma atitude “inspiradora para a administração pública”, numa altura em que “era preciso formar uma estratégia comum, um plano nacional” em torno da “integração dos refugiados”.

Para Pedro Calado, é fundamental ter um “interlocutor” como a PAR, que permite chegar a “centenas de instituições” e formar “uma estratégia coerente, alargada para abordar o desafio que Portugal vai enfrentar nas próximas semanas”.

Já Rui Marques, eleito formalmente como coordenador da PAR no ato eleitoral esta tarde, mostrou-se satisfeito com o facto de “em menos de um mês e meio”, o tempo em que a Plataforma está em funcionamento, já estar em marcha “uma solução que convergirá com o esforço que o Estado português deve fazer”.

Aquele responsável salientou ainda que o acolhimento e a integração dos refugiados “não é simplesmente uma questão logística”.

“É muito mais do que isso, é uma questão civilizacional, e para isso o papel das instituições de ensino superior têm a maior importância”, frisou Rui Marques, referindo-se ao facto de muitas instituições educativas já terem aderido ao projeto.

Existem ainda “muitos mitos e medos” à volta da questão dos refugiados, uma questão que tem de ser desmistificada “também no domínio do conhecimento”, complementou.

A Comissão executiva da PAR vai integrar o padre José Batista (CNIS); a irmã Irene Guia, da Congregação das Escravas do Sagrado Coração; André Costa Jorge, do Serviço de Apoio aos Refugiados, o padre José Manuel Pereira de Almeida, como representante da Conferência Episcopal Portuguesa; e Eugénio Fonseca, da Cáritas Portuguesa.

No total, 1115 entidades nacionais manifestaram interesse em ser “anfitriãs” de famílias mais carenciadas, no âmbito da atual crise de refugiados que está a bater à porta da Europa, das quais 68 vão sê-lo no imediato.

Entre este número, encontram-se 18 institutos religiosos, 13 IPSS e 10 paróquias, bem como uma autarquia (Resende – Viseu) e várias freguesias, escolas, associações, fundações e empresas.

Destaque para a presença na lista de várias Cáritas Diocesanas, congregações religiosas, centros sociais paroquiais, associações e escolas ligadas à Igreja Católica.

Nesta primeira fase, o número global de refugiados a atender será de 420 pessoas e um total de 85 famílias.

No entanto, com as atuais de “manifestações de interesse” registadas pela Plataforma, esse número deverá subir para 660 pessoas a acolher e um total de 135 famílias.

Às entidades anfitriãs será pedido um trabalho em “seis áreas de apoio”, durante um período de “dois anos”: Assegurar aos refugiados alojamento “autónomo”, alimentação e vestuário, a aprendizagem da língua portuguesa, o apoio no acesso à educação, à saúde e à integração laboral.

No quadro das regiões portuguesas que vão receber mais refugiados, no âmbito do projeto da PAR, Lisboa é até agora o território com mais oferta de alojamento para os refugiados, com 111 pessoas, seguido de Setúbal (78), Porto (53) e Braga (39).

Para além da assinatura dos protocolos com as primeiras instituições “anfitriãs”, a iniciativa serviu ainda para apresentar a revista “Refugiados”, publicação da PAR que tem como “objetivo esclarecer, informar e educar as pessoas sobre todo o processo dos refugiados a nível mundial.

No campo da formação das instituições anfitriãs, a PAR lançou ainda uma plataforma de “e-learning” para um melhor acompanhamento dos técnicos e voluntários das várias entidades que estão envolvidas neste processo.

JCP

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