Redescobrir o valor da esmola

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma convida católicos a socorrer «quem se encontra em necessidade» Bento XVI pediu aos cristãos de todo o mundo que procurem “socorrer quem se encontra em necessidade”, através da esmola, tendo em vista o tempo da Quaresma que se inicia na próxima semana. Na sua mensagem quaresmal de 2008, apresentada esta Terça-feira no Vaticano, o Papa fala da necessidade de se “libertar da afeição aos bens terrenos” e apela à atenção para com os mais pobres. Alertando para a tentação de evitar o “interesse pessoal” mesmo quando se pratica uma “boa acção”, Bento XVI lembra que o Evangelho ressalta uma “característica típica” da esmola cristã, isto é, “deve ficar escondida”. “Se, ao praticarmos uma boa acção, não tivermos como finalidade a glória de Deus e o verdadeiro bem dos irmãos, mas visarmos antes uma compensação de ou simplesmente de louvor, colocamo-nos fora da lógica evangélica. Na moderna sociedade da imagem, é preciso redobrar de atenção, dado que esta tentação é frequente”, alerta. O Papa convida a “ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos”. “A esmola evangélica não é simples filantropia: trata-se antes de uma expressão concreta da caridade, virtude teologal que exige a conversão interior ao amor de Deus e dos irmãos, à imitação de Jesus Cristo, que, ao morrer na cruz, Se entregou totalmente por nós”, sublinha a mensagem. Bento XVI lembra que, no tempo quaresmal, a Igreja propõe “compromissos específicos” para ajudar os fiéis: a oração, o jejum e a esmola. Neste contexto, destaca as colectas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. “A esmola, aproximando-nos dos outros, aproxima-nos de Deus também e pode tornar-se instrumento de autêntica conversão e reconciliação com Ele e com os irmãos”, indica. Depois de recordar o episódio evangélico da viúva “que, da sua pobreza, lança no tesouro do templo «tudo o que tinha para viver» (Mc 12, 44)”, o Papa cita o Catecismo da Igreja Católica, segundo o qual “os bens materiais possuem um valor social, exigido pelo princípio do seu destino universal”. “A prática quaresmal da esmola torna-se, portanto, um meio para aprofundar a nossa vocação cristã. Quando se oferece gratuitamente a si mesmo, o cristão testemunha que não é a riqueza material que dita as leis da existência, mas o amor”, assinala. “A Quaresma convida-nos a «treinar-nos» espiritualmente, nomeadamente através da prática da esmola, para crescermos na caridade e nos pobres reconhecermos o próprio Cristo”, conclui Bento XVI. Notícias relacionadas • «Cristo fez-Se pobre por vós»

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