Quaresma: Militares e polícias vão ajudar refugiados na Síria e Líbano

Bispo das Força Armadas e de Segurança apela à santidade e destaca exemplo de D. Nuno Álvares Pereira

Lisboa, 02 fev 2016 (Ecclesia) – O bispo das Força Armadas e de Segurança revelou que metade da chamada renúncia quaresmal do Ordinariato Castrense vai reverter este ano a favor da Cáritas da Síria e do Líbano ajudarem os “milhões de refugiados, aos quais falta tudo”.

D. Manuel Linda adianta na sua mensagem para a Quaresma 2016 que a outra metade se destina a “situações de maior carência de pessoas ou famílias do meio militar ou policial”.

A Quaresma, que se inicia com a celebração de Cinzas (10 de fevereiro, este ano), é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Neste contexto surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

A mensagem quaresmal do Bispo das Forças Armadas e de Segurança assinala que “é possível ser militar e santo, polícia e santo”, incentivando a “três princípios da vida cristã” através de D. Nuno Álvares Pereira, na mensagem para a Quaresma.

“A santidade não é um opcional: constitui a necessária direção, o único ponto de chegada para quem tem a graça de associar humanidade e fé. Sem complexos. Mas com a nobreza de caráter que a condição militar ou policial favorece e motiva”, escreve D. Manuel Linda.

No jornal ‘O Centurião’, do Ordinariato Castrense, o explica que é a santidade que a “pedagogia da Igreja” deseja com a vivência do “tempo forte do calendário da fé” que é a Quaresma.

D. Manuel Linda apresenta “a Eucaristia, a devoção a Nossa Senhora e a caridade cristã”, a partir do exemplo de São Nuno Álvares Pereira, como três princípios da vida cristã que conduzem à santidade mesmo sendo “militar ou polícia”.

“No tempo de São Nuno, não se podia comungar todos os dias. E há crónicas que dizem que ele esperava pelo dia da comunhão como se anseia pelo que mais se deseja: sem lhe sair da mente e do coração”, contextualiza.

Neste contexto, incentiva os militares e os agentes das forças de segurança a serem homens e mulheres de “Missa dominical e de comunhão” e informa que na igreja da Memória, em Lisboa vai haver um “especial serviço de confissões”, às quintas-feiras.

Aos que vivem fora de Lisboa, o bispo aconselha que “«obriguem» os capelães a atender de confissão”, algo que eles vão fazer com “todo o gosto”.

“Lembro que a confissão e a comunhão são dois sacramentos indispensáveis para se obter as indulgências do Jubileu da Misericórdia”, acrescenta.

Sobre a caridade, D. Manuel Linda recorda que sendo São Nuno Álvares Pereira “o homem mais rico do reino – bem mais rico do que o próprio rei” – se desfez de tudo para mendigar para “os seus pobres”, tendo criado o ‘Caldeirão’, uma espécie de «cantina social».

“A sensibilidade às problemáticas sociais e a consequente caridade são, de facto, a «imagem de marca» da nossa fé. É algo que nos deve identificar sempre”, frisa o prelado que convida militares e forças de segurança a serem “especialmente generosos” na partilha quaresmal.

“Agora é o momento certo de nos decidirmos por Deus e pelo seu Reino, é o tempo de experimentarmos a sua misericórdia, é a altura de levarmos a sério mais este «mimo» da Igreja que é o Ano Jubilar”, conclui D. Manuel Linda.

A Igreja Católica coloca sob a jurisdição do Ordinariato Castrense todos os fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública.

CB/OC

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