Quaresma: D. Jorge Ortiga alerta para o «lamentável fenómeno da violência» e destaca proposta da Igreja «alicerçada no amor»

Preparação para a Páscoa é «tempo para levantar-se e semear a esperança», diz arcebispo de Braga

Braga, 08 fev 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga alerta na sua mensagem da Quaresma 2020 “para o lamentável fenómeno da violência”, desafiando as comunidades católicas a fazer da preparação para a Páscoa um “tempo para levantar-se e semear a esperança”

“Parece que já não conseguimos evitá-la [violência] na família, nas escolas, nos ambientes profissionais e no mundo da saúde. Muitos solicitam a segurança das forças policiais”, constata D. Jorge Ortiga, no documento publicado no sítio online da Arquidiocese de Braga.

Neste contexto, o arcebispo primaz lembra que a Igreja apresenta “uma doutrina e uma vida alicerçada no amor”, pautada pela aceitação da diferença e “marcada pela permanente exigência do perdão”.

“Este é um caminho preventivo e educativo, mas ambos são necessários! Apenas quando construímos a sociedade a partir de dentro garantimos resultados positivos”, observa.

D. Jorge Ortiga explica que a Quaresma é um tempo para “levantar-se e semear a esperança, transformando a vida através do conhecimento doutrinal, renovando a vida eclesial e praticando um profetismo social”.

À diocese propõe que as três dimensões – “conhecimento, radicalidade, profetismo” – façam parte da caminhada quaresmal e assinala que de cada uma “deve emergir um conjunto de iniciativas”.

“Quaresma, tempo de profetismo social. A Igreja não é uma casa fechada. Deve ter as portas abertas para conhecer e amar o mundo”, explica na terceira proposta, onde afirma que “não” se podem “ter medo de denunciar, de incomodar, de propor alternativas”.

Sobre a primeira dimensão assinala que “só o conhecimento doutrinal motivará para o que importa ser”, a Quaresma é “tempo de transformação pessoal” e a Palavra de Deus “é sempre acutilante, não deixa nada igual e transforma interiormente”.

“Nunca conseguiremos a renovação da Igreja e do mundo sem homens e mulheres tocados pela novidade do Evangelho”, observa.

Já na segunda proposta, D. Jorge Ortiga destaca que a Quaresma é “tempo de renovação eclesial” e faz a “entusiasmante pergunta”: “Que rosto queremos para a Igreja, hoje, aqui e agora?”

“A solução está nas mãos de cada um. Mais do que nunca precisamos de radicalidade nas opções e nas atitudes”, explica, assinalando que se respira e testemunha “insatisfação”.

Na sua mensagem para a Quaresma, o arcebispo de Braga afirma que, “no meio de tantas transformações sociais”, este tempo litúrgico “deve continuar a ser um tempo forte, um tempo favorável”, quando o ritmo da vida “continua, infelizmente, a ser avassalador”.

“Para ressuscitar teremos de sair do habitual, da rotina dos dias sempre iguais e do raquitismo espiritual”, escreveu no documento publicado no sítio online da Arquidiocese de Braga.

A Quaresma é um tempo de 40 dias que tem início com a celebração de Cinzas, este ano a 26 de fevereiro, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Na mensagem sobre o “Contributo Penitencial”, D. Jorge Ortiga informa que este ano, “como nos últimos”, vão apoiar o Fundo Partilhar com Esperança e a Paróquia de S. Cecília de Ocua, em Moçambique.

“O primeiro tem respondido a diversas situações de carência, com uma distribuição muito cuidada através de uma equipa coordenada pela Caritas Diocesana; Na paróquia de Ocua estamos a construir a Casa Pastoral que acolherá as Equipas Missionárias e será o centro da vida daquela paróquia (constituída por 96 comunidades)”, contextualiza o arcebispo primaz.

D. Jorge Ortiga recorda ainda que receberam a quantia de 117.462,31€ do contributo/renúncia quaresmal de 2019 e deseja que “os pequenos gestos e a partilha cristã sejam catalisadores de um tempo favorável para cada um, a título individual, e para a comunidade cristã na sua dimensão missionária”.

CB/OC

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