Publicações: Revista «Brotéria» adere ao digital (c/fotos)

Publicação da Companhia de Jesus apresenta-se renovada e explora novos formatos

Lisboa, 24 jan 2020 (Ecclesia) – A “Brotéria”, editada pelos jesuítas em Portugal desde 1902, iniciou em 2020 a sua publicação em formato digital, acompanhada por nova apresentação gráfica.

A revista de Cristianismo e Cultura surge agora com uma cor única na capa, que vai mudando todos os meses; no interior, continuam as novidades gráficas, com uma nova apresentação dos títulos dos artigos e algumas fotografias que surgem agora no interior.

A nova Brotéria foi apresentada esta quinta feira, num encontro com os jornalistas que se realizou no novo espaço cultural que a publicação agora ocupa no Bairro Alto, em Lisboa.

“O que motivou a criação da revista foi o ensino científico nas escolas da Companhia” referiu o padre Júlio Trigueiros.

O diretor da Brotéria lembrou que “a história da revista acompanhou sempre as convulsões do país”, desde logo em 1910, com a expulsão dos Jesuítas.

“Nessa altura os jesuítas retomaram a publicação da Brotéria a partir do Brasil para onde tinham ido, começando a estudar a flora daquele país”, salienta o religioso.

A revista nasceu em 1902, para os alunos do Colégio de S. Fiel na Beira Baixa, como publicação de ciências naturais; eem 1907 dividiu-se em três áreas distintas: botânica, zoologia e divulgação científica.

Em 1923, os jesuítas regressam a Portugal e, perante o sucesso editorial da Brotéria de “vulgarização científica”, a Companhia decide terminar com as edições de botânica e zoologia e criar uma revista mais ampla, para tocar outro tipo de temas; em 1925 nasce uma revista mais cultural que é a que chegou até hoje.

Neste percurso adquire relevo especial o padre Manuel Antunes; o professor de cultura clássica na Faculdade de Letras ajudou a fazer da Brotéria uma revista de intervenção.

O padre Júlio Trigueiros refere que no período da censura existiam “secções proibidas na biblioteca da Brotéria”, que não eram autorizadas na época e que apenas se encontravam na biblioteca dos jesuítas.

O nome ‘Brotéria’ resulta de uma homenagem ao naturalista português Félix Avelar de Brotero.

Todas as edições desta publicação estão digitalizadas e acessíveis através do Boston College, uma instituição de ensino que pertence à Companhia de Jesus e que assume a missão de guardar em formato digital os volumes mais antigos.

Com uma nova cara e também em formato digital, a Brotéria dá também nome ao mais recente projeto cultural dos jesuítas: no Bairro Alto, em Lisboa as portas da antiga sede da Hemeroteca de Lisboa, permitem entrar no Centro Cultural Brotéria.

Segundo o padre Júlio Trigueiros, este é “um lugar onde se dá o encontro do Cristianismo com as culturas contemporâneas”.

HM/OC

Brotéria: Jesuítas abrem polo cultural no centro da tradição e da «ebulição» da cidade de Lisboa (c/fotos)

 

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