Publicações: Livro «Via-Sacra da JMJ Lisboa 2023» «não é apenas uma memória bonita», mas uma ferramenta que pode ser usada «em todas as comunidades cristãs» – Padre António Sant’Ana

Santuário de Cristo Rei, em Almada, acolheu apresentação da obra, com textos e desenhos da celebração de 4 de agosto de 2023

Almada, 28 fev 2023 (Ecclesia) – O padre António Sant’Ana, diretor da Editorial Apostolado da Oração, afirmou que o livro “Via-Sacra da JMJ Lisboa 2023”, apresentado esta quarta-feira, no Santuário do Cristo Rei, em Almada, “não é apenas uma memória bonita de um acontecimento”.

“É um livro que está construído de uma forma pastoral e, por isso, não é apenas uma memória bonita, em livro, de um acontecimento, mas é também uma ferramenta que pode ser usada nas paróquias, em todas as comunidades cristãs que queiram – e estamos na Quaresma – fazer também as suas vias-sacras”, disse o sacerdote, em entrevista à Agência ECCLESIA.

A obra inclui os textos que ajudaram os jovens a fazer o caminho da cruz, bem como os desenhos, da autoria do padre Nuno Branco, que acompanharam a celebração, no dia 4 de agosto de 2023.

O sacerdote, à semelhança do padre António Sant’Ana, defende que o objetivo do livro não passa por ser “uma memória ou recordação”.

“No fundo é quase prolongar no tempo aquilo que ali aconteceu, se calhar agora de maneira mais pessoal. Estávamos ali no meio de uma multidão, estávamos em casa, na televisão, agora talvez possa vir ao quarto, à capela, à comunidade. No fundo é estimular e perpetuar ou prolongar uma experiência, mais do que a recordar”, indicou.

De acordo com o padre Nuno Branco, “aquele que vai ler o livro é convidado a participar, a ser protagonista e a ser figura naquela Via-Sacra ”.

“Não ser só meramente recetor e destinatário, mas ser um interlocutor com o próprio Deus através daquelas passagens e daquelas meditações”, referiu o jesuíta, que diz que a grande mais-valia da obra é que “quem lê e que contempla tem um papel ativo e não passivo”.

O sacerdote destaca ainda a vertente de oração que o livro pressupõe: “[Este] é um livro para ser rezado, demorado e contemplado”.

“Aquelas páginas vão representar para cada um de nós dimensões diferentes. Há quem vai ficar na terceira estação e se vai demorar. Vai-se demorar lá alguns dias e depois passa para a seguinte. Portanto, aquele livro também prevê que a leitura seja devagar e à medida de cada um”, assinalou.

Na sessão de apresentação da obra estiveram também presentes o padre Nuno Coelho, do Comité Organizador Paroquial (COP) de Cascais para a JMJ Lisboa 2023, Matilde Trocado, da Direção Pastoral e Eventos Principais da JMJ Lisboa 2023, e o sacerdote jesuíta João Goulão responsável pelo encontro.

A Via-Sacra da JMJ Lisboa 2023 refletiu, ao longo das 14 estações, as preocupações da juventude, que foram recolhidas através de uma auscultação feita a jovens de cinco continentes.

“[Via-Sacra mostra] que há uma história de amor a ser construída e, portanto, vivendo-a com Jesus, vivendo toda a fragilidade, toda a incoerência e toda a injustiça, há sempre uma ponta de luz, há sempre uma janela que se abre”, disse o padre João Goulão.

O sacerdote observa que quando cada um se encontra a contemplar as estações, está não só a contemplar a vida de Jesus, mas a olhar para a sua própria vida.

“Através deste livro, destas telas, desta narrativa, no fundo, que cada um possa, cada comunidade possa, de facto, deixar-se maravilhar e conduzir por Jesus”, desejou.

O diretor da Editorial Apostolado da Oração considera que este é um livro que “pode trazer novamente os jovens de volta às comunidades cristãs para reviverem este momento, agora no local onde celebram a sua fé”.

Por sua vez, Matilde Trocado, ressaltou o empenho de toda a equipa envolvida na preparação da Via-Sacra da JMJ Lisboa 2023 e que este livro “carrega com ele muitas caras, muitas pessoas, muitas memórias, muitos consolos, muitas frustrações”.

“Sinto que este livro tem muitos donos. Eu sinto que a via-sacra é minha, mas sou mais dela do que ela é minha”, frisou.

LJ

Quaresma: «Precisamos de verbalizar, gritar e fazer da Via-Sacra reconhecimento da condição humana» – padre Nuno Branco (c/vídeo)

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Agência ECCLESIA

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