Portugueses passam férias em Missão

Mais de duas centenas de Leigos participam em projectos de Voluntariado Missionário nos países de expressão portuguesa Vinte e quatro entidades portuguesas de Voluntariado Missionário enviam, em 2005, cerca de 200 Voluntários Missionários, na sua maioria jovens. Estes rapazes e raparigas da Igreja Católica partem por missões de curta duração, que se prolonga até dois meses. No terreno vão encontrar uma realidade diferente da sua e integrar-se num projecto específico, para tal foi fundamental a formação recebida antes de partir. O sexo feminino continua a liderar este tipo de actividades, inclusive de 2004 para 2005 aumentou o número de raparigas voluntárias missionárias. Relativamente ao ano anterior partem menos 12 rapazes e mais 17 raparigas. Na área do Voluntariado Missionário, a Fundação Evangelização e Culturas (FEC) trabalha como Plataforma destas entidades. Sandra Lemos, coordenadora do Departamento de Plataformas e Comunicação, a propósito dos dados recolhidos, avança que “embora o número de voluntários não aumente e, até diminua ligeiramente, o grupo de entidades tem vindo a crescer. À FEC chegam cada vez mais informações a esse respeito.” Apesar das iniciativas aumentarem não quer dizer que estas sejam mais sólidas. Os recursos, entre eles os financeiros, são escassos, mas mesmo que existam, a implementação dos projectos nem sempre é fácil. Segundo a coordenadora daquele Departamento, a razão para o não-aumento do número de voluntários é que o Voluntariado Missionário “implica disponibilidade e compromisso para a formação prévia. Não chega ter o sonho de partir para África num projecto de Voluntariado.” A Primeira Partida Para as Irmãs Conceptionistas ao Serviço dos Pobres, as Irmãs Doroteias – Província Sul, Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria e Carmelitas Descalços – Paróquia de Corroios, esta é a primeira vez que enviam alguém para Missão de curta duração. Frei Joaquim Teixeira, orientador deste grupo, conta-nos que a ideia surgiu acerca de seis anos atrás quando visitou Moçambique com dois jovens. “…depois começaram-se a juntar mais Leigos e foram criadas as campanhas de fundos, bem como a formação para a Missão.” Neste momento, 10 jovens da Paróquia de Corroios dão aulas, catequese, ensinamentos de saúde e desporto às crianças do Orfanato, onde desenvolvem a sua Missão em Moçambique. O Frei Joaquim Teixeira salienta que “O grande objectivo deste grupo é partilhar a vida com as pessoas do Orfanato, a Missão, onde está integrado”. Contudo este é um projecto para ganhar ainda mais força e uma estrutura mais sólida. Alterações nos Grupos Neste quadro apresenta-se mais quatro entidades do que no ano anterior, sendo que do total da tabela de 2004 saíram quatro grupos e entraram nove entidades que não apareciam nessa estatística. A Paróquia de Famões faz parte dos grupos que não participa este ano. A situação do vírus de Marburg levou a que esta paróquia geminada com a de Nossa Senhora da Assunção, no Município de Nambuangongo (Província do Bengo), não enviasse nenhum Leigo. Alexandra Almeida, membro do grupo de voluntários da Paróquia de Famões, explicou-nos como foi o processo, “quando a Comunicação Social noticiava todos os dias novos casos, o grupo não tinha como contactar a Paróquia, pois na época das chuvas quase que não há comunicações. E tinha de se tomar uma decisão.” “A desilusão maior foi sentida por aqueles que nos esperavam. Nós, em Portugal, tomávamos cada vez mais consciência através das notícias diárias. Eles só souberam que não íamos quando conseguimos retomar a comunicação.”, disse-nos Celma Rebelo, voluntária que esteve o Verão passado na Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, em Nambuangongo. Em Abril, ao decidirem que não partiam, o Leigos começaram a organizar actividades de recolha de fundos como outra forma de ajuda ao Projecto “Tuala Kumoxi” (Estamos juntos – expressão em Kimbundo que as pessoas usam ao se despedirem). Celma contou-nos que para “as Irmãs [afectas ao Projecto] se deslocarem de Caxito a Gombe (no Município de Nambuangongo) demoram 5 horas e 30 minutos a fazer uma distância que os missionários nos anos 60 faziam numa hora e meia. E na época das chuvas é praticamente intransitável.” A presença da Igreja naquela zona isolada de Angola permite um desenvolvimento maior, por isso “Os recursos financeiros para a criação das infra-estruturas da casa para os missionários é uma prioridade. Quando estiver habitável, as três religiosas que apoiam aquele Município na área da saúde não vão ter que se deslocar tantas vezes. Um maior controlo da medicação e consultas mais frequentes serão dois benefícios para a população na sequência da concretização deste projecto.” O Destino O vírus de Marburg, que afectou Angola, intimidou alguns grupos. Este ano, menos voluntários fazem Missão em território angolano. No ano passado, Angola foi o segundo destino a seguir a Moçambique, que continua a ser a primeira escolha. Este ano, com a epidemia que os angolanos viveram, Moçambique foi favorecido. A maior parte dos grupos, ao deixar Angola como primeira opção, partiram para projectos moçambicanos que, este Verão, contam com mais 33 voluntários do que em 2004. A Guiné-Bissau tem mais cinco voluntários do que o ano passado. A situação política do país parece não ter afectado a decisão dos grupos em enviar pessoas para terras bissau-guineenses. Timor Leste também ganha mais Voluntários Missionários, mas em menor número, apenas mais um relativo ao Verão de 2004. O Brasil receberá o mesmo número de Leigos em Missão. Cabo Verde terá menos um voluntário. São Tomé e Príncipe contará com menos oito. Os Voluntários Missionários portugueses escolheram em maior número, por ordem decrescente, Moçambique, Brasil, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e Timor Leste. Departamento de Plataformas e Comunicação, Fundação Evangelização e Culturas

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