Portugal/Sociedade: Faleceu Luís Salgado de Matos (1946-2021)

Presidente da República destaca papel do investigador no estudo das relações entre o Estado e a Igreja

Lisboa, 17 fev 2021 (Ecclesia) – Luís Salgado de Matos (1946-2021), jurista, sociólogo e investigador jubilado, morreu esta segunda-feira, no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, vítima de doença prolongada.

O presidente da República Portuguesa enviou uma mensagem de condolências à família de Salgado de Matos, evocando uma “amizade de muitas décadas”.

“Com o seu desaparecimento, as ciências sociais portuguesas perdem uma das suas vozes mais originais e influentes, que se destacou no estudo das relações entre o Estado e a Igreja, na análise do papel das Forças Armadas na sociedade e na política nacionais e, bem assim, no escrutínio do papel das ordens na estruturação do nosso Estado”, refere Marcelo Rebelo de Sousa, num texto publicado no site da Presidência da República.

O chefe de Estado recorda que Luís Salgado de Matos exerceu “cargos públicos de relevo”, tendo sido Secretário de Estado da Economia no Governo de Transição de Moçambique, e “marcou presença, ao longo de décadas, na esfera pública portuguesa, como comentador e pensador atentamente lido e escutado, como analista crítico e independente”.

O Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) enviou hoje à Agência ECCLESIA uma nota a respeito do falecimento do investigador, na qual ressalta “o amplo contributo que deu nas iniciativas científicas que promoveu e apoiou, assim como no acompanhamento intelectual que prestou a vários dos seus investigadores”.

Luís Salgado de Matos foi coordenador do Seminário Permanente sobre o Estado e as Igrejas, uma parceria entre o CEHR e o Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (UL), que concretizou três projetos de investigação (2006-2015).

O texto evoca, em particular, obras como ‘O Estado de Ordens’ (2004), ‘A Separação do Estado e da Igreja’ (2011) e ‘Cardeal Cerejeira: um patriarca de Lisboa no século XX português’ (2018).

“O seu percurso biográfico é também marcado pelo envolvimento na revista Seara Nova e no jornal O Tempo e o Modo (sob o pseudónimo de Luís Amado de Passos) além de ter sido preso pela PIDE em 1965, quando era estudante da Faculdade de Direito”, acrescenta o CEHR.

OC

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