Portugal: Organizações católicas desafiadas a «aumentar a capacidade de acolhimento» de migrantes e refugiados

No seguimento do apelo do Papa Francisco, a Conferência Episcopal Portuguesa pede aos católicos a promoção de «comunidades mais inclusivas»

Lisboa, 22 dez 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) dirigiu hoje um apelo às dioceses, paróquias, congregações religiosas e outras instituições da Igreja para “aumentar a capacidade de acolhimento” de migrantes e refugiados, promovendo “comunidades mais inclusivas”.

O apelo da CEP é uma resposta ao pedido do Papa Francisco, na audiência pública desta quarta-feira, que pediu aos países europeus para permitirem o acolhimento de migrantes e refugiados.

O Papa recordou que, “graças à generosa abertura das autoridades italianas”, levou para Roma “um grupo de pessoas” que conheceu durante a viagem ao Chipre e à Grécia, estando algumas presentes hoje na Sala Paulo VI, durante a audiência pública.

“É um pequeno sinal, que espero que sirva de estímulo para outros países europeus, para que permitam às realidades eclesiais locais de se encarregar de outros irmãos e irmãs que precisam urgentemente de serem recolocados, acompanhados, promovidos e integrados com urgência”, afirmou o Papa.

A CEP, “imbuída do mesmo espírito de fraternidade, está empenhada em continuar a mobilizar Dioceses, Paróquias, Congregações religiosas e outras instituições, para dentro de pouco tempo aumentar a capacidade de acolhimento e proteção de famílias vulneráveis, promovendo, de forma articulada e com a vontade dos próprios, comunidades mais inclusivas”, acrescenta o comunicado.

“Fica o apelo para que também outros países e conferências episcopais se associem a este esforço de hospitalidade e cooperação na criação e promoção de vias legais e seguras, como principal meio para reduzir o sofrimento e os abusos a que frequentemente os refugiados estão expostos”, acrescenta.

No comunicado, a CEP afirma que “Portugal é um pequeno país que tem acolhido requerentes de asilo e refugiados de diferentes nacionalidades, menores migrantes e, ultimamente através de um corredor humanitário, acolheu refugiados afegãos, num processo que envolveu o Estado, instituições privadas e da Igreja”.

No documento recorda-se também o apoio da Conferência Episcopal à constituição da Plataforma de Apoio ao Refugiados (PAR), em 2015, “a qual desde 2016 tem vindo a acolher famílias refugiadas, de norte ao sul do país”.

Conferências episcopais de vários países da Europa acolheram o apelo do Papa e pedem às organizações católicas dos respetivos países para promover o acolhimento dos migrantes e refugiados e a COMECE (Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia) afirma, pela voz do seu presidente, o cardeal Jean-Claude Hollerich, que “a Igreja na Europa não pode ficar indiferente”.

PR

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