Portugal: Exposição itinerante pode ser «interpelação» a reconhecer missão na sociedade

D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, espera início do «ciclo dos atores»

(Fotos João Cláudio Fernandes, Inauguração da Exposição Missionária itinerante ‘Pelos Caminhos do Mundo’)

Guimarães, 02 out 2018 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga deseja que todos que visitem a Exposição Missionária Itinerante ‘Pelos Caminhos do Mundo’ encontrem “uma interpelação” para reconhecer que cada um “tem uma missão muito concreta” na sociedade e comece “o ciclo dos atores”.

“É chegada a hora de não nos lamentarmos com aquilo que existe, fazermos de conta que não vemos e pensar que as coisas correm, que vão correndo bem e que os outros poderão construir uma sociedade nova e diferente”, disse D. Jorge Ortiga.

Na inauguração da Exposição Missionária Itinerante ‘Pelos Caminhos do Mundo’, dos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG), o arcebispo considerou que “um dos desafios da Igreja hoje”, e que o Papa Francisco “não se cansa de referir”, “é fazer com a Igreja saia, percorra os caminhos do mundo e que entre nesses caminhos”.

Na Escola Francisco de Holanda, em Guimarães, D. Jorge Ortiga afirmou que “é urgente inaugurar o ciclo dos atores”, aqueles que querem efetivamente “construir uma sociedade diferente” e a exposição “tem ou deveria ter esse cunho”.

O presidente dos Institutos Missionários Ad Gentes explicou que “sentiram a necessidade de mostrar que a diversidade é riqueza”.

“A diferença exige que abramos janelas no nosso coração para que entrem rajadas de vento que nos desestabilizem e arejem toda a casa, evitando que ela se torne bafienta”, acrescentou o padre Adelino Ascenso.

O objetivo dos IMAG é que a mostra missionária percorra aldeias, vilas e cidades até outubro de 2019, quando vai acabar em Lisboa, e termina o Ano Missionário especial, convocado pela Conferência Episcopal Portuguesa.

“Oxalá provoque interrogações e deixe, à sua passagem, um rasto daquilo que significa ser-se missão neste mundo diversificado e fascinante”, desenvolveu o sacerdote que esteve no Japão mais de uma década.

O padre Adelino Ascenso realçou que todos são “missão num mundo complexo, caleidoscópico, repleto de desafios e fascínios”, onde o contacto com o diferente “se torna cada vez mais invasivo”.

“Sentimo-nos abalados nos nossos valores e as nossas convicções são postas à prova. O que é bom, porque a trepidação provocada pelo encontro com o diferente depura-nos e robustece-nos”, desenvolveu o presidente dos IMAG.

A exposição missionária, que começou a ser pensada em novembro de 2016, apresenta três blocos diferentes que “dialogam e se completam entre si” e começa com uma coleção de roll-ups onde jogam com a imagem e palavras – substantivos e verbos –, onde aparecem também algumas frases – curtas.

O sacerdote explicou ainda que a segunda parte é uma coleção de 34 objetos etnográficos e religiosos, símbolo da diversidade de culturas e religiões, sendo o final um jogo onde se pode entrar “na viagem da missão”.

A exposição, de entrada livre, chega a Barcelos no mês de novembro e vai integrar a figura de um filho da terra, D. António Barroso, missionário em três continentes e antigo bispo do Porto, de quem se assinalam 100 anos do falecimento.

CB

 

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