Portugal entre aqueles que melhor acolheram os imigrantes ucranianos

D. Dionísio Lachovicz, responsável pela Pastoral dos Ucranianos no Exterior, está no nosso país D. Dionísio Lachovicz, responsável pela Pastoral dos Ucranianos no Exterior, considera que Portugal foi um dos países que “melhor acolheu” os imigrantes do seu país. Ao longo dos últimos anos milhares de ucranianos passaram por território português, na mesma dinâmica que levou mais de 7 milhões de habitantes da Ucrânia a procurar outros países. O Bispo ucraniano está em Portugal onde irá participar na a 34ª Semana Nacional das Migrações, promovida pela Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, com o apoio da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) e Capelania Nacional dos Ucranianos de Rito Oriental. Subordinada ao tema “Migrações: Sinal de Tempos Novos”, a iniciativa pretende manifestar a atenção da Igreja em relação aos fluxos migratórios que têm ganho cada vez mais força no nosso país, ao longo dos últimos anos. Os emigrantes portugueses espalhados pelo mundo e os cerca de 70 mil ucranianos que vivem em Portugal são as comunidades em maior destaque, nesta 34ª semana. Além de presidir à cerimónia religiosa em Fátima programada para os dia s 12 e 13, D. Lachovicz terá ao longo da semana encontros com autoridades políticas, civis e associativas com vista a inteirar-se pessoalmente do processo de integração e das dificuldades das comunidades ucranianas. Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Lachovicz mostra-se feliz por “ter a oportunidade de participar nesta semana das migrações”, assegurando que quer aproveitá-la para divulgar a riqueza espiritual da comunidade ucraniana. Este responsável traz a saudação do Cardeal Lubomyr Husar à Igreja Católica em Portugal e ao governo do nosso país, com agradecimentos para o acolhimento que deram aos imigrantes ucranianos. O próprio D. Dionísio Lachovicz foi o primeiro a celebrar com a comunidade greco-católica da Ucrânia, no Natal de 2001, na igreja de Alcanena. Os novos imigrantes caracterizam-se não somente por uma língua diferente, como também por uma cultura específica, indissoluvelmente ligada à Tradição das Igrejas orientais. “Esta é uma oportunidade de manifestar um pouco da nossa história, da nossa espiritualidade”, assegura o prelado, que sublinha “a maneira diferente de expressar a própria fé” dos ritos orientais. Contra a ilegalidade Há poucos anos atrás o fluxo de imigrantes ucranianos a Portugal não merecia muita atenção. O número começou a crescer a partir do ano 2000. Hoje, segundo as estimativas oficiais, o número de ucranianos legais deveria ultrapassar a cifra de 70 mil pessoas, constituindo-se como o segundo maior grupo de imigrantes, depois dos brasileiros. No entanto, é difícil dizer a soma exacta de ucranianos presentes em Portugal, que poderia ultrapassar os 300 mil. Os imigrantes do Leste europeu foram atraídos a Portugal para a construção civil, aliciados por agências de viagens e redes transportadoras para fins de trabalho ilegal e informal. D. Dionísio Lachovicz não esconde alguma preocupação relativamente a estas situações de ilegalidade e admite que “desejaríamos que fosse facilitada a oportunidade de legalização dos que não têm documentos”. “Espero que todos possam trabalhar dentro da lei e não na ilegalidade”, acrescenta. Após a “revolução laranja” e a chegada ao poder de Viktor Justchenko, a situação na Ucrânia tem mudado significativamente e, apesar das dificuldades, tem-se registado um crescimento económico. Para D. Lachovicz esta é uma oportunidade de “reversão” dos fluxos migratórios, que pode levar muitos ucranianos de regresso ao seu país.

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