Portugal: Cajado de Santa Teresa de Jesus percorre o país

«A fé precisa destas expressões mais visíveis», destaca padre Joaquim Teixeira

Fátima, Santarém, 23 mar 2015 (Ecclesia) – O provincial da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços recordou a ligação de Santa Teresa de Ávila a Portugal e explicou os objetivos da homenagem ‘Caminho de Luz’ que está a percorrer cidades portuguesas até dia 26 de março.

“O primeiro objetivo é apresentar à Igreja e ao mundo Santa Teresa de Jesus como mestra de luz. A sua experiência intensa de Deus, os seus ensinamentos, os seus escritos são também uma luz para os nossos dias”, começou por explicar o padre Joaquim Teixeira sobre “uma mulher que ensina os mestres espirituais”.

À Agência ECCLESIA, o sacerdote assinalou que a santa de Ávila (Espanha) ao longo destes séculos “marcou imenso a história da espiritualidade”.

Nesse sentido, o ‘Caminho de Luz’ pretende também através de um objetivo “mais simbólico”, apresentar o “bastão” que acompanhou a santa nas suas fundações: “17 conventos em Espanha – 15 femininos e dois masculinos.”

“Teresa de Jesus foi uma profunda contemplativa, uma mística, mas não deixou de ser uma mulher de ação. O cajado representa a sua grande fecundidade apostólica na Igreja do seu tempo”, desenvolveu o provincial da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços que destaca ainda a “universalidade” da sua doutrina.

O padre Joaquim Teixeira observa que o símbolo do cajado faz com que as pessoas possam “tocar alguma coisa” porque às vezes a fé “precisa destas expressões mais visíveis, mais encarnadas”.

Neste contexto, este caminho oferece o caráter simbólico de uma forma “muito forte” e é acompanhado também por duas cartas da santa espanhola que estão em conventos portugueses.

A viagem nacional do ‘Caminho de Luz’ começou este domingo na Basílica da Estrela, em Lisboa, “sempre com pessoas, grupos organizados para venerar a relíquia” e escutar a mensagem que “é sempre o mais importante”.

Esta é a primeira vez que a iniciativa passa por Portugal, o 30.º país num périplo pelos cinco continentes.

Hoje está em Fátima onde foi recebido na reitoria do santuário mariano, estando ainda previsto que a oração do Terço na Capelinha das Aparições seja com meditações teresianas, às 18h30, e que a partir das 21h30 tenha lugar uma vigília no Carmelo de São José.

As próximas etapas são as cidades do Porto, Braga e Santo Tirso, respetivamente entre terça e quinta-feira.

Do programa constam diversos momentos de reflexão histórica e de espiritualidade, oração, celebração e festa que envolve a família carmelita e teresiana para além das comunidades locais.

Para o padre Joaquim Teixeira esta passagem por Portugal tem um significado “muito rico” porque Santa Teresa de Jesus “desejou imenso” vir a Portugal fazer uma fundação.

“Teresa de Jesus teve uma relação de profunda amizade e correspondência epistolar com o arcebispo de Évora, D. Teotónio de Bragança. Houve grande amizade e deu-lhe apoio para que a reforma teresiana fosse implementada em Portugal”, relembrou o sacerdote.

O provincial da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços destacou ainda que a religiosa “viveu as dificuldades” da afirmação da nacionalidade aquando o domínio filipino, manifestando nas suas obras preocupação por possíveis guerras entre católicos.

Esta sexta-feira o ‘Caminho de Luz’ regressa a Ávila, Espanha, onde vão “centrar-se nas celebrações” do nascimento de Teresa de Jesus, dia 28 de março de 1515.

Ao longo deste ano têm sido preparadas várias iniciativas para assinalar o V centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus e o padre Joaquim Teixeira adianta que a Biblioteca Nacional está a preparar uma exposição com todo o “espólio”.

CB

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