Porto: Fundação Allamano acolheu 17 refugiados ucranianos (c/ fotos)

Grupo com idades entre um e 77 anos, essencialmente mulheres e crianças, são acompanhados pelos Missionários da Consolata

Foto: Fundação Allamano

Porto, 12 abr 2022 (Ecclesia) – José Miranda, membro da Fundação José Allamano dos Missionários da Consolata, disse hoje à Agência ECCLESIA que o Centro Missionário do Porto acolheu 17 refugiados ucranianos, com idades entre os um e os 77 anos, de idade.

“A Fundação já tinha os espaços cheios com 27 rapazes refugiados vindos dos barcos humanitários mas não poderia fechar as portas a estas pessoas sofredoras, chegaram há cerca de um mês 17 refugiados”, relata.

A Câmara Municipal da Maia solicitou a “intervenção da Fundação numa parceria para dar alguma resposta no acolhimento aos refugiados ucranianos” e José Miranda justifica que já “havia conhecimento, experiência de acolhimento e integração de refugiados”.

“Pediram para sermos um primeiro espaço de acolhimento em Portugal, aqui encontram qualidade e algum conforto”, indica.

O grupo chegou ao centro “em duas fases, dado que alguns testaram positivo à Covid na chegada e tiveram de cumprir o isolamento antes de entrar nas instalações”.

A casa que já acolhia 27 jovens teve de sofrer uma adaptação e “onde estavam reservados espaços para reuniões da pastoral juvenil passou a ser local de acolhimento”.

“Havia espaços de encontros e retiros, agora estão a ser usados para o acolhimento temporário e emergente de refugiados ucranianos, os espaços circundantes à casa são de uso comum e nota-se, pela parte de todos mas principalmente dos jovens, um grande respeito pelas pessoas que chegaram”, refere o responsável.

“São pessoas diferentes das que temos acolhido, chegam com outra formação académica, por exemplo temos cá uma enfermeira, uma auditora contabilista, uma esteticista e uma pessoas ligada à gestão de eventos… Tem sido uma lição de cidadania para nós porque, por iniciativa própria, querem aprender a língua, são pessoas bastante diferentes daquelas que recebemos dos barcos humanitários”, explica.

Segundo o entrevistado os refugiados ucranianos são “pessoas muito agradecidas”, “já sabem dizer o obrigado e o muito obrigado” mas, apesar das incertezas do futuro, “reforçam que querem voltar ao seu país”.

“Uma criança de seis anos, que já está integrada na escola primária, com quem falei ontem dizia-me que, embora não entenda os amigos notava que havia afeto dos amigos e integrou-se muito bem”, assegura.

O Centro preparou um “espaço ecuménico” para que todos se possam sentir confortáveis nos seus momentos de oração.

“Fé, esperança e paz são as três palavras que estão lá escritas naquele espaço, em português e em ucraniano, porque achámos que lhes faria sentido nesta altura”, afirma.

José Miranda recorda ainda que, poucos dias depois da chegada do grupo, houve um momento de oração pela paz, na paróquia de Ermesinde, próximo do Centro Missionário, e que “todos quiseram estar presentes e partilharam que sentiram um conforto”.

SN

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