Polónia de braços abertos para receber Bento XVI

Bento XVI já partiu de Roma em direcção à Polónia, onde, ao longo de quatro dias, o espera um país de braços abertos para o receber e, dessa maneira, prestar mais uma homenagem também ao seu predecessor, João Paulo II. Simbolicamente, 60 anos depois do final da II Guerra Mundial, há um Papa alemão a visitar, pela primeira vez, solo polaco. Como é costume, o Papa enviou um telegrama aos Chefes dos Estados que o seu avião sobrevoa. Ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, Bento XVI referiu que partia para a Polónia a fim de “render homenagem à figura inesquecível do meu venerado predecessor, João Paulo II, ilustre filho da nação polaca”. Bento XVI confessou, ontem, que desejava há muito visitar a Polónia, “pátria do amado Papa João Paulo II” e explicou que, ao longo desta peregrinação, irá “percorrer os lugares da sua vida e do seu Ministério Sacerdotal e Episcopal”, afirmou. O Papa encomendou à Virgem Maria esta viagem apostólica e convidou os fiéis a rezarem por “uma renovada primavera de fé e de progresso civil”. Um pouco por todo o lado, bandeiras da Polónia e do Vaticano agitam-se ao vento, cartazes de Bento XVI espalham-se pelas cidades do país e convidam os fiéis a acolhê-lo. Este Papa, de certa forma, faz parte da “família” que acompanhou João Paulo II ao longo do seu pontificado, dada a proximidade da sua colaboração. A Polónia, sabe-se, é hoje em dia o grande viveiro de vocações sacerdotais da Europa e tem uma forte religiosidade popular e uma marca católica inegável (95% de baptizados, 45% de prática dominical), mas é de esperar que Bento XVI não se limite a “percorrer os passos” do seu predecessor, mas queira deixar uma marca pessoal e apresentar as suas preocupações relativamente à situação da Igreja no país. Bento XVI conhece bem a Polónia, que visitava como Arcebispo de Munique e membro do episcopado alemão. È doutor “honoris causa” de muitas universidades católicas polacas e, em 2003, foi o legado de João Paulo II para as cerimónias do 750º aniversário de canonização de Estanislau, bispo e mártir, em Cracóvia e Szczepanow. O Cardeal Józef Glemp, Primaz da Igreja polaca, disse em entrevista ao jornal católico “Avvenire” que esta viagem do Papa terá uma grande importância “não só para o meu país, mas para toda a Europa”. “Um Papa alemão vem como peregrino da paz a uma cidade que foi destruídas pelos seus compatriotas durante a II Guerra Mundial. Assim se cumpre o caminho de reconciliação iniciado em 1965, com a carta dos bispos polacos que se dirigiam aos seus irmãos alemães, perdoando e pedindo perdão”, aponta. Menos viagens Bento XVI já fez saber que viajará menos do que o seu predecessor, mas são já várias as viagens marcadas na sua agenda, após esta visita à Polónia. Assim, a 8 e 9 de Julho presidirá em Valência, na Espanha, às cerimónias conclusivas do V Encontro Mundial das Famílias. De 9 a 14 de Setembro, o Papa irá deslocar-se à Alemanha, com uma passagem especialmente significativa na sua cidade natal, Marktl-am-Inn (11 de Setembro), na Baviera. Em Novembro, de 28 a 30, Bento XVI viaja até à Turquia, a convite das autoridades políticas do país e do Patriarcado Ortodoxo de Constantinopla. Para 2007 estão marcadas viagens ao Brasil (Santuário de Aparecida) e à Áustria, esperando-se ainda a confirmação de uma visita a Israel.

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