Política: Desagregação da Europa seria «um perigo para o mundo», diz bispo de Beja

D. António Vitalino visitou em Odemira uma «comunidade internacional, multicultural, ecológica, solidária e feliz»

Beja, 07 mai 2012 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, considera que a desagregação da Europa seria um “perigo para o mundo”, além de um “retrocesso” e “grave perda” para o continente.

No texto semanal, enviado hoje à Agência ECCLESIA, o responsável sublinha que a Igreja Católica tem realçado “o valor do projeto europeu como um avanço civilizacional”, que “os cristãos e as pessoas de bem deverão acarinhar e fomentar”.

O prelado lembra que na última assembleia plenária do episcopado português, realizada em abril, foi emitida a nota pastoral ‘Unidade da Europa, um Projeto de Civilização’, que “parece ter passado desapercebida”.

Depois de recordar as raízes cristãs dos fundadores das instituições que antecederam a atual União Europeia, o bispo de Beja frisa que a “solidariedade em tempo de crise económica” é um “dos princípios importantes para progredir na construção do projeto cultural” do continente.

“A economia baseada apenas no mercado e na justiça não fomenta a unidade”, vinca D. António Vitalino, acrescentando que “a solidariedade entre os povos, entre as famílias e as pessoas tem de ser um valor sempre presente nas relações sociais e humanas”.

A nota recorda as eleições realizadas no domingo em França, país “com uma economia forte a querer impor as suas regras aos outros membros” da União Europeia, e na Grécia, “a depender de ajuda externa”.

“Os arrazoados dos candidatos e dos partidos a concorrer à liderança dos respetivos países nem sempre vão no sentido da construção da comunidade das nações da Europa”, objetivo que implica a recusa de “nacionalismos ou egoísmos económicos”, salienta o bispo no texto que antecipa a celebração do Dia da Europa, a 9 de maio.

D. António Vitalino relata que no domingo visitou a Comunidade Tamera, na freguesia de Relíquias, concelho de Odemira, “fundada há cerca de 15 anos, com mais de 200 membros, de todas as idades e de diferentes proveniências”.

A organização “que vive dos recursos da natureza, enriquecendo-a, respeitando a biodiversidade e fomentando um desenvolvimento sustentável” constitui “um exemplo de comunidade internacional, multicultural, ecológica, solidária e feliz”, aponta.

“Fiquei convencido que no Alentejo se pode combater a desertificação da natureza e demográfica com novos modelos de vida social, respeitadores da natureza e da dignidade das pessoas”, assinalou.

RJM

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