Pela liberdade e a dignidade dos Ciganos

Encontro de Comité Católico Internacional pede à Igreja um maior esforço na defesa e promoção destas comunidades “Evangelização: futuro de liberdade e de dignidade para os ciganos” foi o tema do Encontro do Comité Católico Internacional para os Ciganos (CCIT) que decorreu em Dobogókö, Hungria, de 23 a 25 de Marco. “O protagonismo dos ciganos na descoberta de formas de viver o cristianismo dentro da sua própria cultura e a constatação da degradação das condições de vida dos ciganos na União Europeia alargada foram as principais conclusões do Encontro”, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA. Os participantes, nos quais se incluiu uma delegação portuguesa composta por quatro pessoas, indicaram que “as migrações actuais, especialmente do Leste para o Ocidente, encontram as sociedades e as Igrejas com falta de preparação para enfrentar com dignidade estes novos desafios”. “Constatam-se manifestações de racismo crescente e legislações ou tímidas ou desrespeitadas pelas conveniências politicas. As comunidades eclesiais frequentemente não têm a coragem da sua fé para reagir a estas situações, sendo vitimas dos seus interesses próprios”, lamenta o CCIT. A obrigação de reconhecer os valores da cultura cigana e de respeitar a identidade cigana na evangelização dos ciganos foi afirmada na mensagem que o Cardeal Renato Martino, Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI) dirigiu aos participantes do Encontro. Este responsável lembrou as recentes “Orientações para uma Pastoral dos Ciganos”, documento do CPPMI, e acrescentou que na senda da sua catolicidade, a Igreja deve tornar-se “ela mesma cigana no meio dos ciganos por forma a que eles possam participar plenamente na vida eclesial”. O Presidente do CPPMI referiu ainda que o documento citado pede à Igreja uma atitude de acolhimento dos ciganos, de forma que ela contribua para a sua inclusão na sociedade, aceitando plenamente a sua diversidade legítima e, em consequência, exorta todo o povo cristão a “uma conversão de espiríto e de atitude”. As conclusões do Encontro sublinham que “ss ciganos têm todo o direito a preservar a sua cultura: a cristianização terá de se operar no interior dessa cultura e é ai que os agentes da pastoral os poderão ajudar e acompanhar”. Participaram no Encontro 120 pessoas de 21 países. A delegação portuguesa foi composta por Francisco Monteiro, Eva Goncalves e a Irmã Maria Augusta Costa, da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, e por Fernada Reis, presidente do Secretariado Diocesano de Lisboa da Pastoral dos Ciganos. Francisco Monteiro, director-executivo da ONPC, fez uma exposição sobre o tema “Na senda da liberdade de três famílias ciganas na Marinha Grande, a dignidade de 24 famílias ciganas em Alcobaça (o seu realojamento) e a alegria de 40 ciganos de Bragança em peregrinação a Fátima”.

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