Pe. Feytor Pinto: «Igreja está na vanguarda do tratamento dos doentes com SIDA»

O Pe. Feytor Pinto, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde, afirma que a Igreja está na vanguarda do tratamento dos doentes com SIDA. 27% das instituições no mundo que cuidam de doentes de Sida são da Igreja. “Os governos têm 8%, as ONG detêm 18%, a ONU tem 44%”, afirma. A polémica em torno das palavras de Bento XVI sobre o uso preservativo, aponta o Pe. Feytor Pinto “é própria da sociedade em que vivemos, onde o homem radical não tem valores, nem princípios, nem história, ideologias ou religiões”. O Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde afirma que a sociedade actual “esgota-se no momentâneo e no que pode fazer sucesso, mergulha-se em problemas de facilidade”, expressa. “O Papa não focou este problema simplesmente porque é contra o preservativo. O Papa focou um problema de comportamento”. O Pe. Feytor Pinto afirma que a Igreja pede comportamentos “nobres, humanos, assumidos com sentido de responsabilidade”. Por isso, explica, a solução não está numa barreira, “mas numa alteração de comportamentos”. E essa “é a grande mensagem do Papa”. O Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde relembra que quando Bento XVI era Cardeal e Presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, escreveu que o problema do preservativo é secundário. “Mais importante é o processo de educação séria das pessoas”. A Pastoral da Saúde desencadeou um processo de prevenção multifacetada, “como a preconizada pela Organização Mundial de Saúde, mas indo mais longe”. O Pe. Feytor Pinto aponta que a Igreja está na vanguarda. Através do retrovirais, somos capazes de salvar pessoas”. O Pe. Feytor Pinto relembra ainda que a Santa Sé criou a Fundação do Bom Samaritano que mantém uma relação com 200 bancos de todo o mundo, “recolhe bens e está a cuidar de pessoas doentes, sobretudo em África”. Quando há muitos doentes “basta que um bispo fundamente o pedido ao Conselho Pontifício que recebe a ajuda necessária”. O Director Nacional da Pastoral da Saúde explica que “seria mais lógico que as pessoas não adoecessem”. No entanto, “não é apenas através dos métodos de ponta final que se evita o contágio. Antes do preservativo há outros. Falta educação para a sexualidade, que é tão importante e continuamos sem a fazer. Falta abordar a redução de parceiros de risco, a diminuição drástica do número de parceiros, a monogamia”, exemplifica. O Pe. Feytor Pinto afirma que a Igreja não fala na abstinência, “mas na castidade e numa orientação correcta da vida sexual. Quando as pessoas têm uma vida sexual correctamente assumida, não é usar o preservativo que é errado, mas sim ter comportamentos errados num sexo anárquico” e uma das formas de “atacar valores é ridicularizar os profetas”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top