Paz: Bispo de Vila Real deseja promoção de diálogo entre povos numa «humanidade nova»

D. Amândio Tomás denuncia «ditadura do laicismo e o farisaísmo ético» que se impõe na sociedade

Vila Real, 31 dez 2015 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real espera que a Jornada Mundial da Paz “ajude a arrancar” preconceitos e a “promover o diálogo” entre povos, culturas, raças e credos, para que se construa a casa comum da humanidade nova.

“Que não falte aos pobres o que sobra e é esbanjado, na mesa dos ricos, porque pobres e ricos são filhos do mesmo Pai, que manda o sol e a chuva, sobre uns e outros, sobre justos e injustos, tendo destinado os bens da terra para proveito de todos”, escreve D. Amândio Tomás, no contexto do Dia Mundial da Paz, assinalado a 1 de janeiro.

No artigo intitulado ‘Farisaísmo, terrorismo, coerência cristã e diálogo ecuménico’, publicado no sítio online da diocese, o prelado alerta que não há crescimento civilizacional “sem verdade, justiça, respeito do outro e misericórdia”.

D. Amândio Tomás alerta contra a “ditadura do laicismo e o farisaísmo ético” que quer impor a “negação de valores, tradições, cultura e a liberdade de afirmar a fé e as convicções”.

“É imprescindível apostar no bem comum, querer o bem de todos e não excluir ninguém, amando a verdade, a justiça, a liberdade e a solidariedade”, frisa o bispo de Vila Real.

Nesse sentido, D. Amândio Tomás mobiliza a diocese a “não ter medo de abrir o coração” aos pobres, de praticar o bem e acolher os irmãos independentemente de “raças, cores e religiões”.

“Assim, a Europa, por vias travessas, talvez lá chegue e consiga redescobrir a alma que perdeu e a fé cristã que abandonou”, observa, no artigo onde critica a sociedade que “perdeu o norte e as raízes cristãs”.

“[A sociedade] É comandada, por fazedores de opinião, e escrava da ditadura da moda, do que convém e do preconceito, que não une, nem dá esperança, mas ofusca, desespera e divide”, analisa.

Segundo o prelado, o homem moderno, “egoísta e consumista, cheio de preconceitos” confunde o Reino de Deus com o bem-estar e “o volume do ventre” e vê no emigrante e estrangeiro de outra cultura e fé um “potencial inimigo e uma bomba relógio”.

“Há que promover a paz e o diálogo e rejeitar a indiferença, as ideias feitas e os preconceitos e cultivar sentimentos de misericórdia, perdão e piedade. É urgente cultivar o bem e a verdade e potenciar a solidariedade e respeito de diversas tradições, culturas e visões do mundo”, desenvolve o bispo de Vila Real.

CB/OC

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