Paulo VI, o santo do Vaticano II

Tony Neves, em Roma

A Praça de S. Pedro vestiu-se de povo naquele 14 de outubro, festa de canonizações. O Papa Paulo VI e D. Óscar Romero eram as figuras mais mediáticas e atraíram as atenções maiores dos media e dos numerosos peregrinos que ali se congregaram. Eram 7h em Roma quando as ‘portas’ da Praça de abriram e já passava das 12h30 quando o carro do Papa Francisco a abandonou, depois de percorrer os ‘caminhos’ abertos entre a multidão em ambiente de muita alegria.

Na semana passada, falei de D. Óscar Romero. Hoje é a vez do Papa Paulo VI, um Papa Missionário. João Baptista Montini nasceu na Lombardia, Itália, em 1897 e foi Ordenado Padre em 1920. Especializado em diplomacia, exerceu-a fora de Roma e, depois, na Secretaria de Estado do Vaticano. Durante a II Grande Guerra Mundial, foi um dos responsáveis pelo apoio aos perseguidos pelo nazismo em Roma. Arcebispo de Milão desde 1953, pertenceu à Comissão que preparou o Vaticano II. Com a morte de João XXIII, o Cardeal Montini foi eleito Papa e escolheu o nome de Paulo VI. Concluiu o Concílio e lançou as bases da sua aplicação.

Paulo VI lançou o Sínodo dos Bispos em 1965. Iniciou as Viagens Missionárias, percorrendo os cinco continentes. Anunciou em 1967 o 1º Dia Mundial da Paz (1 de Janeiro de 1968). Instituiu, por ordem do Concílio, o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Paulo VI publicou documentos de actualidade intocável. Cito apenas dois: a Encíclica ‘Populorum Progressio’ (1967) sobre o desenvolvimento dos povos e a Exortação Apostólica ‘Evangelii Nuntiandi’(1975) sobre a urgência e actualidade do anúncio do Evangelho. Morreu a 6 de Agosto de 1978.

O Papa Francisco decidiu faze-lo santo. Na curta homilia da cerimónia de canonização, pediu que se cumprisse o Evangelho escutado: ‘o que tens, dá aos pobres, vem e segue-me!’. Lembrou que Jesus não faz teoria sobre a pobreza, mas vive-a e propõe que a vivamos no dia a dia. Terminou com uma afirmação forte. Disse: ‘Para Jesus, no amor não há espaço para percentagens. Para Ele, é tudo ou nada! E este é o testemunho que nos deixam os santos hoje canonizados’.

O Papa Francisco elevou-o aos altares, juntamente com D. Óscar Romero, o bispo-mártir de El Salvador que fora nomeado Arcebispo da capital do seu país pelo Papa que agora seria canonizado na mesma celebração festiva. Paulo VI e D. Óscar, com os seus estilos de vida simples, de pastores capazes de dar a vida pelas suas ovelhas, constituem inspiração para quantos querem ver o Evangelho praticado e os direitos humanos respeitados.

 

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