Património: Beja é um estímulo para o resto do país

Diocese distinguida com a sexta edição do Prémio de Cultura Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes

A diocese de Beja recebe esta semana o Prémio de Cultura Árvore da Vida–Padre Manuel Antunes, instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em nome da Igreja Católica, já na sua sexta edição.

Um prémio recebido como um “estímulo para o futuro por parte do Director do Departamento do Património Histórico e Artístico da diocese de Beja, José António Falcão.

A distinção, refere à ECCLESIA, representa “uma enorme satisfação”, mas também uma “enorme responsabilidade”, por se tratar de um prémio “outorgado em nome da Conferência Episcopal Portuguesa por uma das Comissões mais prestigiadas”, a Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais (CECBCCS).

“É um prémio que tem na sua designação e no seu espírito uma presença muito forte do Pe. Manuel Antunes, mestre de várias gerações, um homem cujo magistério chegou aos nossos dias”, observa.

Uma fasquia “muito alta” que faz o director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja sentir-se “muito pequenino”

O bispo de Beja diz que a atribuição do Prémio de Cultura Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes ao Departamento do Património Histórico e Artístico da diocese é um estímulo para as dioceses que “não têm os recursos das grandes”.

“Não precisamos de estar à espera de ter todos os meios, a não ser que se queira fazer tudo de uma vez”, defende D. António Vitalino.

Em entrevista ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, o prelado reconhece que no domínio da estética há em muitos locais “um certo mau gosto” e admite que a Igreja não tem aproveitado totalmente a sua arte e história para aprofundar e expressar a fé.

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto e presidente da CECBCCS, destaca o “trabalho verdadeiramente extraordinário” que a Diocese alentejana tem feito para “realçar o património como fonte de cultura e de evangelização”.

[[v,d,1293,Jornadas Nacionais da Pastoral da Cultura]]O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHA) iniciou a actividade em 1984, num momento difícil para a preservação do património regional. Estava-se ainda no rescaldo de tempos complexos para o Alentejo. Em paróquias com maiores dificuldades não se hesitava por vezes na venda ilegal de obras de arte, como fonte de financiamento.

A inexistência de um inventário tornava difícil a recuperação das peças desaparecidas. A isto acrescia a realização de obras pouco criteriosas de conservação em monumentos históricos, entretanto desapossados de retábulos, pinturas e imagens em nome de uma suposta “actualização litúrgica”. O património móvel, por seu lado, sofria as investidas de “santeiros”, com pseudo-restauros, repinturas com tintas plásticas, trocas de peças antigas por modernas.

Criado por decreto episcopal, o DPHA assumiu funções de coordenação e tutela dos bens culturais religiosos existentes no território diocesano. Tem sido dirigido, desde os primórdios, por José António Falcão, historiador da arte e conservador de museus, especialista de renome internacional no âmbito do património religioso.

Esta é a sexta atribuição do «Prémio de Cultura Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes», instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em parceria com a Rádio Renascença, e que, nas edições anteriores, distinguiu já o poeta Fernando Echevarria, o cientista Luís Archer s.j., o cineasta Manoel de Oliveira, a professora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira e o político e intelectual Adriano Moreira.

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