Patriarca defende «identidade histórica» do Natal

Videomensagem sublinha dimensão cristã das celebrações desta quadra

O Cardeal-Patriarca de Lisboa defendeu a necessidade de “salvaguardar a identidade histórica” do Natal, que apresenta como “a festa do nascimento de Jesus Cristo”.

Na videomensagem de Natal que gravou para o Seminário dos Olivais, divulgada esta Terça-feira, D. José Policarpo deixa votos de um “Natal cristão” para todos e diz que a memória histórica da celebração é um “problema” dos cristãos e da “sociedade em geral”.

Neste contexto, o Patriarca de Lisboa revela ter ficado impressionado com um inquérito num país europeu em que “39% das pessoas que responderam já não sabiam qual era a origem do Natal, o que é que ele celebrava”.

Também entre nós, acrescenta, “com o Pai Natal e tanta coisa que desviou a festa do Natal da sua origem”, se coloca aos cristãos a missão de “tudo fazermos para salvaguardarmos a identidade histórica do Natal”.

Essa identidade, precisa D. José Policarpo, não é a repetição, a cada ano, do “nascimento de uma criança”, mas, enquanto festa litúrgica, “um desafio, um reencontro de cada um de nós com a pessoa de Jesus Cristo”.

“Para os que não acreditam nele, poderá ser porventura o momento em que o seu coração se abre à sua mensagem”, admite, sublinhando que para os crentes há “toda uma caminhada a fazer”.

O Cardeal-Patriarca destaca que essa caminhada “envolve toda a vida” e que os cristãos, hoje, “na sociedade em que estamos a viver”, enfrentam o desafio de “um testemunho coerente daquilo que a fé em Jesus Cristo traz para as tomadas de posição nos diversos problemas da sociedade”.

“A Igreja sempre considerou que este testemunho dos cristãos nas coisas concretas da sociedade faz parte da sua missão”, indicou.

Em particular, D. José Policarpo destacou a acção dos leigos, “mais inseridos no realismo da vida dos homens” e convidou todos a “reagirmos e agirmos, em critérios cristãos, ouvindo a Palavra do Senhor, percorrendo toda a mensagem de Jesus que se sintetiza no nosso coração num desejo de fidelidade”.

Assim, assegura, será possível surgir como “agentes de um mundo novo”, um mundo de “justiça, de fraternidade, de paz, de dignidade, de verdade”, valores que não estão hoje “adquiridos e afirmados” numa sociedade tão “plural, a afastar-se da identidade cultural do Cristianismo”.

“Celebrar o Natal a sério é um desafio de renovação, de renovação de vida e de compreensão da própria vida, de renovação do nosso desejo de sermos coerentes no concreto dessa mesma vida”, conclui.

Vídeo: Seminário dos Olivais

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top