Patriarca de Lisboa fala sobre participação dos cristãos na política

O Cardeal-Patriarca de Lisboa explicou que o facto de a hierarquia cristã não se identificar com nenhum partido não significa que os cristãos, enquanto cidadãos, estejam impedidos de participar na vida política, acrescentando que “ninguém se pode eximir de participar no processo político global”. No programa “A 3 dimensões”, da RR, D. José Policarpo lembrou que a missão específica dos leigos é a “animação da ordem temporal, ou seja, serem no mundo do trabalho, no mundo da Justiça, da Política e da Economia, pessoas que da prática vão fazer um juízo da realidade em chave cristã”, algo que o Cardeal considera “absolutamente decisivo em termos de evangelização”. “A Igreja tem que tomar consciência de que hoje exerce a sua missão numa sociedade que não se identifica com ela, no sentido em que a Igreja não é a sociedade. No nosso caso, há uma maioria de católicos mas há também outros e isso faz com que a Igreja não possa situar-se no quadro da sociedade exercendo um antigo poder de influência e uma antiga relação Igreja/sociedade que já não existe”, indicou. Eles podem ter uma missão interna à Igreja, mas aquilo que é específico deles é aquilo que o Concílio chama animação da ordem temporal: no mundo do trabalho, no mundo da justiça, no mundo da política, no mundo da economia, serem pessoas que da prática vão fazer uma análise da realidade e um juízo da realidade em chave cristã, e isso é absolutamente decisivo até em termos de evangelização. Ano Paulino Sobre o Ano Paulino, anunciado pelo Papa Bento XVI por ocasião dos 2.000 anos do nascimento de S. Paulo, D. José Policarpo afirma que o Episcopado irá acentuar o “primeiríssimo elemento da intervenção de Deus na minha vida, que é a sua palavra”. Na opinião do Cardeal, é fundamental “aprender a escutar Deus através dos meios físicos” que temos à nossa disposição, que são “a Bíblia e a Palavra da Igreja”. D. José Policarpo sublinha ainda a “autenticidade” da conversão de S. Paulo, que “se converteu todo, e a partir daí começou um futuro novo, em todos os aspectos”. “O Ano Paulino é um contexto precioso, porque Paulo é um caso único de autenticidade e de coerência com o evangelho e com a pessoa de Jesus Cristo”, disse.

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