Paróquias são meio para chegar às pessoas

X Colóquio Nacional de Paróquias quer debater oportunidade que novas tecnologias colocam à evangelização As paróquias, em toda a estrutura da Igreja, são a organização mais próxima das pessoas. “São os locais onde as pessoas, quer estejam inseridas ou distantes das práticas cristãs, se dirigem”. Pelo seu propósito, “a paróquia não se pode fechar na sacristia mas tem de estar presente no mundo”, explica à Agência ECCLESIA o Pe. João Castelhano, da organização do Colóquio Nacional de Paróquias e pároco de São José, em Coimbra, fundamentando o papel central que a organização comunitária adquire na estrutura da Igreja. Num contexto de reformulações paroquiais e reconhecendo que muitos católicos frequentam outra paróquia que não a da sua área de residência, o Pe. João Castelhano centra a importância da paróquia, razão pela qual esta estrutura conduz os trabalhos do Colóquio Nacional de Paróquias, que na sua X edição quer reflectir sobre o porquê da evangelização e os novos meios tecnológicos que se encontram disponíveis. O Pe. João Castelhano afirma que se deve começar sempre pelos «porquês». “A quem vamos transmitir e porquê a sua transmissão”. O sacerdote lamenta que continuamente se procure o «como». “Há muitas iniciativas para estudar o «como» e deixamos de fora o essencial que é a razão profunda da fé, a razão de o homem descobrir a sua fé e a acção de Deus”. As novas formas de sociabilidade, debatidas no IX Colóquio Nacional de Paróquias, em 2004, são retomadas na X edição sob a forma das novas tecnologias. A atenção à comunicação é central neste encontro que propõe uma mesa redonda com três jornalistas: Graça Franco, directora de informação da rádio Renascença, Paulo Rocha, director da Agência ECCLESIA e o Cónego António Rego, director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica. “Pessoas muito responsabilizadas na área”, reconhece o sacerdote. O Pe. João Castelhano evidencia a presença no espaço Internet de muitas paróquias portuguesas. “Este é um espaço de evangelização e a participação paroquial, com conteúdos muito bem feitos, mostra o quanto os responsáveis estão abertos e atentos a novas formas de evangelização”. O encontro de responsáveis da área comunicacional e pastoral é essencial para “perceber as potencialidades dos novos meios de comunicação mas também a nossa capacidade de bem utilizar esses elementos”. «Porquê transmitir a fé – seduzidos por Deus – fascinados pelo Evangelho» é o tema do Colóquio que abre portas esta Sexta-feira, dia 6. Para além da mesa redonda com jornalistas, o encontro propõe uma análise das iniciativas evangelizadoras da Igreja em Portugal, feita por D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e ainda uma reflexão, conduzida por D. Martin Velasco, Professor de Teologia Pastoral em Madrid sobre o acreditar e o transmitir a fé. Desenraizamento paroquial Existem em Portugal cerca de 4400 paróquias, segundo informação do anuário da Igreja Católica em Portugal. O Pe. João Castelhano explica que a criação de paróquias está dependente do número de católicos. Sem negar que existem muitas igrejas sem sacerdotes, “existem também muitas paróquias com uma densidade populacional muito grande que dificulta a capacidade de uma resposta séria”, afirma. No entanto, o sacerdote reconhece a dificuldade em “mexer nos serviços tradicionais”, sejam serviços médicos, jurídicos ou religiosos. “O povo revolta-se logo”. A eliminação ou criação de paróquias deve ser acompanhada de “reestruturação”. Os movimentos são, actualmente, “uma resposta com um grande poder de atracção. Estão próximos das pessoas e podem ajudá-las a viver a sua fé de forma empenhada”, exemplifica o Pe. João Castelhano. Também com este objectivo o pároco de Santa Cruz saúda a liberdade de os católicos escolherem o local onde “cultivam a fé e onde melhor se sentem”, seja na sua área de residência, num movimento ou na sua “paróquia afectiva”. O sacerdote aponta que “esta liberdade” se percebe melhor num quadro urbano e menos no rural. “Na cidade percebe-se ainda uma falta de ligação em zona habitacionais novas, onde o desconhecimento se estende também aos vários serviços, mantendo também uma ligação com o local onde habitavam anteriormente”. O Pe. João Castelhano sublinha a “importância de manter as raízes”. As paróquias devem desenvolver “serviços que atraiam as pessoas” e que mostrem o benefício que é “viver a proximidade e as relações de vizinhança”. Notícias relacionadas Colóquio Nacional de Paróquias em Fátima

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